sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Vivendo e não aprendendo.

O guri deixou a barba crescer,
vestiu preto,
comprou uma garrafa de vodka,
ficou bêbado e saiu falando com pessoas
que ele nem gostava
só porque
lhe disseram que isso era viver.

O guri passou
não sei quantos anos
pra entender
que ele ainda não sabia
o que era viver.

O guri teve que conhecer centenas de pessoas
e flertar com dezenas de garotas
ler um dicionário ao contrário
pra perceber
a diferença entre viver e
sobreviver.

O guri teve que comprar centenas de coisas que ele
nem precisava e
só depois descobriu
o que queria dizer
status
e só depois descobriu
que ele não precisava de
status.

O guri passou metade da vida
tentando agradar os outros
pra entender que
os outros não gostam de agradar os
outros
e ele ficou meio arrependido,
porque tinha agradado muito os
outros
e os
outros
nem sequer tentaram agradar ele,
mas pelo menos entendeu que tinha de viver
por si mesmo e não pelos
outros.

O guri teve que abrir o pulso
e machucar o punho
e apanhar de um policial
pra aprender
que em certas coisas não se adianta bater.

O guri teve que mostrar sua verdadeira face
pra perceber
que ele quase não tinha amigos
mas não ficou muito triste
porque os amigos dele
eram os melhores pra
ele
pelo menos.

O guri teve que entrar em dúzias de discussões
e tentar ter milhares de razões
pra depois perceber
que cada um tem a sua
própria razão
e que
a razão de cada um
levará cada um
a cada lugar diferente
e que cada lugar
e cada razão
quase sempre, geralmente
nem lhe convém saber.

O guri já tentou de tudo,
sexo, drogas,
filmes e músicas
mais drogas
e umas coisas estranhas,
já tentou rir
e já tentou chorar
já tentou se flagelar
e depois flagelar os outros
mas ele ainda sente um vazio
toda vez que deita na sua
cama.

E o guri deposita talvez todas as suas
esperanças
naquilo que as outras pessoas que
dizem
que
sabem viver
falam tanto
e tanto
apontam no peito,
dão tapinhas e falam:
amor.

O guri até esta feliz
mas não está feliz do jeito que queria estar
feliz
ele procura uma felicidade diferente
da felicidade
que lhe deram
não está nem feliz
e nem infeliz
no final,
afinal,
ninguém é completamente feliz.

Mas o guri ainda tem tempo,
talvez comece a se drogar
vire vegetariano ou se alimente do sol,
compre uma van,
monte uma banda,
deixe seu cabelo e barba crescerem ainda mais
gaste todo seu dinheiro em doces
ou ganhe na mega-sena
e vire um puta rico
e coma as garotinhas que gostam dos caras ricos,
as prostitutas enrustidas,
e talvez ele ache a felicidade
sem nem precisar
achar o tal do amor
e talvez ele pare de chorar e bater nas paredes
falar com pessoas estranhas
e tomar vodka
pra preencher o vazio,
que ele mesmo criou
por ficar tentando entender coisas
que não são da sua cara
e talvez ele possa parar de pensar tanto
em tanta merda
e viva como um bosta qualquer
que tem um emprego qualquer
uma vadia qualquer
uma família qualquer
uma vida qualquer
e talvez assim ele preencha o vazio
que ele não decidiu
ainda como vai decorar
nem se vai decorar
talvez nem decore.

Talvez o guri se preocupe de mais
em entender o que é viver
ele deveria se preocupar
em saber
porque viver.

O guri anda tentando pelo menos,
todo dia ele diz que aprendeu algo novo
mas nunca sabe se o novo
é o certo
e ele acha que não sabe julgar muito bem essas coisas de certo ou errado.

O guri na realidade
realmente
não sabe o que é viver
e talvez ele até se orgulhe disso.

Porque o fato do guri
não saber o que é viver
talvez o torne tão
especial
e sei lá o que mais.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Heroína.

Eu não passo de um fantasma
um fantasma do seu passado,
faça o que tem que fazer
pra me tornar real.

Mostre-me o que você pode ser
e diga-me o que tem de dizer
depois de tudo,
eu ainda amo você.

Feche os seus olhos
e me de suas mãos,
não me deixe ir embora
antes de me provar.

Nós sabemos,
todos sabem
e minhas suposições
morrem à sua voz.

Vivendo da dor,
aprendi a viver,
aprendi a morrer,
aprendi a sofrer,
a fazer.

Toda essa ganância,
egoísmo e narcisismo
me secaram
e você disse 'Adeus.'.

Ando pelas ruas
e vejo flores em você,
nas outras.

Às vezes quero dormir
dias inteiros
só pra não ver a horas passarem
e as minhas flores morrerem.

Me apoio na bebida
pois você levou seu ombro
e me deixou sozinho
com todos esses horríveis monstros.

São sete e meia
e ainda penso se devo te ligar
estou cansado da sua voz
porque não me leva com você?

Meus joelhos estão doendo,
e meu punho está sangrando,
você me fez conhecer o inferno
que existe dentro de mim.

Me machucam
e depois me perguntam
porque estou sofrendo
e reclamam do cinismo.

Talvez devesse lhe chamar
de heroína,
afinal, foi você quem me salvou.

Me viciou,
me deixou fora da realidade,
eufórico e confortável,
surdo e cego.

E agora estou em depressão,
devido a abstinência.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Faixa 8.

De cima do cavalo
ela procura sua presa
atira flores
e desavenças.

Ela olha,
ouve,
suspira,
geme
e ri.

Procura seu baralho,
e conta as cartas,
separa
e se maqueia.

Seus sentidos são aguçados
e ela veste vermelho,
ela esta com o rapaz,
sem coração.

Ela caça
e agora foi caçada.

Ela vive,
chora,
sente
e mente.

Ela troca navalhas
com o rapaz
e eles se cortam
só para ver como o sangue irá escorrer.

Ela sente o coração bater,
ela sente a respiração ofegante
e as dúvidas tem respostas óbvias.

Eu te machuco,
e não me desculpo,
porque foi bom,
ouça seus gritos.

Tanto faz,
o tempo não lhe dirá
que o tempo
não vai lhe compensar
o tempo perdido
por esperar
o tempo passar.

Da próxima vez,
será diferente,
não parta
antes que eu o faça.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Tatuagem no olhos.

O garoto de preto
anda calmo pelas ruas
olha os comércios fechados
e vê o sol nascer.

Ele acorda as quatro e meia da tarde
e vê o quarto desarrumado
e está de ressaca.

ele não bebia,
não fumava,
nem dava atenção à pessoas sem conteúdo.

O garoto de preto,
não reconheço mais,
o garoto de preto.

O garoto de preto,
mente,
vive mentindo,
mente vivendo.

Diz tanto que mente
que as pessoas acham que é mentira
as vezes que ele diz que está mentindo
e acham que é mentira quando ele diz
que está sofrendo.

Quatro garrafas de vidro
um amigo vomitando no posto
e um outro, disposto.

E ele diz que está tudo bem
e não conta nada mais
além do que lhe convém.

Enfiou uma faca no peito
só pra dizer que esta sofrendo.

E fica esperando a piedade
e a auto-piedade.

O garoto de preto,
está de cinza.

O garoto de cinza,
não conheço,
o garoto de cinza.

O garoto de cinza
bebe
e flerta com pessoas sem conteúdo,
não deseja feliz natal
e não tem religião.

E ele é tudo que o garoto de preto
não gosta,
mas ultimamente eles estão tão próximos.

E depois que o garoto de preto
se despede do garoto de cinza
ele volta pra sua casa
ele volta pro seu quarto.

Ele deita
e sente vontade de chorar,
mas nunca consegue.

Parece que tem algo nos seus olhos
que sempre o atrapalha,
algo parecido com tinta.

E ele dorme sofrendo
vendo uma imagem que não existe.

E ele acorda sofrendo
acreditando em uma coisa que não existe.

E ele continua a ver
algo que não existe
e ele continua a ser
algo que não existe
e é tão real
que ele sente que pode tocar.

E ele corre atrás da imagem
como um burro corre atrás
de uma cenoura.

E mesmo que todos digam que aquilo não existe
ele continua
e todas suas crenças
são de que um dia ele poderá chegar
a ter o que ele tanto vê.

Coitado,
fizeram uma tatuagem
nos olhos
do garoto.

E agora ele corre
sem parar
tentando conseguir
algo que ele jamais terá.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Nostalgia de Natal

Sabe,

me disseram...
que o papai noel não existe...

Que absurdo não ?
eles acham
que o papai noel é o que vem pela chaminé
e te dá um presente de 5 mil reais...
Papai noel não é capitalista...

Se ele existe?

Sim...

Existe...

Mas o q ele te dá no natal ?
simples,
ele te dá:
sua familia,
seus amigos.

Como assim ?

Se sua família e seus amigos,
estão ai o tempo todo.
ele apenas os reúne...

Faz conversas surgirem entremeio a intrigas
e te deixa de um jeito meio bobo,
como se fosse a data mais feliz do mundo...

Agora vc me pergunta...
aonde eu entro nessa porra ?
eu lhe digo:

O papai noel me deu sua amizade de presente
ele fez eu achar vc entre bilhões de pessoas
para compartilhar palavras
e sentimentos.

Por isso
papai noel existe
e já nos presenteou

Portanto...
Feliz Natal

Texto escrito em: 26 de Dezembro de 2007
dedicado à quem ainda não tinha lido
e à Kayssa Mavrides.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pra falar de amor.

Estou lá
e aqui,
estou por aí,
estou em qualquer lugar.

Eu sou o mal
mas prego o bem,
todas as minhas verdades
carregam mentiras.

Eu sou o bem
mas lhe faço mal,
todas as minhas mentiras
carregam verdades

Alguns dizem que existo,
outros me chamam de mito,
uns me ignoram,
outros falam chorando,
sobre mim.

Não sou apenas um
sou vários
e estou com quem quiser
e aguentar me carregar.

Eu lhe trago a felicidade,
depois a dor,
a felicidade
e a dor
felicidade,
dor,
sempre nesta sequência.

A felicidade quando chego
e a dor quando preciso partir
no fundo sempre estou por aí
mas o ódio e o ressentimento
impedem que alguns me vejam.

Lhe faço rir
e depois chorar,
até você rir de tanto chorar
ou chorar de tanto rir.

Estou dentro de ti,
na pelúcia do seu ursinho,
no papel escrito
ou na foto rasgada.

Estou no seu nascimento,
na sua inocência,
estou dentro de tudo
que faça parte da sua existência.

Alguns me chamam de imortal,
outros de algo ocasional, irracional,
eu duro o tempo que quiser,
é só conseguir me alimentar.

Sou o certo
e o verdadeiro,
o eterno,
e o incorrespondido

Sou tanto o motivo da vida
quanto do fim dela,
apareço em festas,
em casamentos
e funerais.

Costumo partir,
na queda.
Deixo lágrimas
e algumas lembranças.

Sou forte
e ganho de quem me desafiar
e todos sucumbem
uma hora ou outra.

Sou complicado
e difícil de se acreditar,
sou o milagre
e o chão, para pisar.

Sou tudo que você procura
e ao mesmo tempo
não há nada mais supérfluo
do que eu.

Façam como quiserem,
só não me confundam com
suas paixonites de verão
e não façam declarações de amor
até para seus animais
ou pro seu colchão.

E que cada um me veja do jeito que quiser.

O amor não dura pra sempre, sempre, quase sempre...
E quase nunca, nunca, sempre confundem o amor com a paixão,
a paixão é o amor, por um dia
o amor é a paixão, de cada dia.
(Thiago Facuri)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eu, tu, ele e ela.

Às vezes,
não desejamos o melhor
desejamos a dor
e a consolação.

Às vezes,
não olhamos pra frente,
sentamos na guia
e ficamos olhando as paredes das casas,
malfeitas.

Às vezes...

Caímos por vontade própria
e deitamos
e não levantamos
e depois nos arrependemos deste tempo.

Não consigo entender,
às vezes, acho que isto é isto
e isso é aquilo
e este é aquele.

Às vezes você não sabe o que é melhor,
faz ventar do lado errado
e o resultado nem sempre agrada.

E às vezes você vê esperança,
onde não há de ter
outras, deseja apenas que
as horas passem
e repassem
o mais depressa possível.

E às vezes quando há esperança
finjo não ter,
tento matar todos
pra me sentir menos tolo.

Às vezes paramos
e pensamos
montamos nossas esquetes
e depois nos cansamos de planejar.

Às vezes você é ateu,
às vezes eu sou espirita,
às vezes ela é crente,
Às vezes não somos nada
nem ninguém.

Às vezes,
ela é o Ás de espadas
ou o três de paus
a carta maior.

Quase sempre me faço de coringa
e digo que estou pronto pra ser
qualquer outra carta que você
escolher.

Sempre,
você sai andando
enchendo a minha cabeça de besteiras
e usando analogias esquisitas
e brincando de psiquiatria.

Nunca,
sempre,
às vezes.

Horas e horas,
antes ou depois,
futuro ou passado,
e o presente impotente.

Afinal,
a vida é feita de momentos
e eu não consigo mais acompanha-lá,
nem prever o que acontecerá.

Agora você quer ouvir U.D.R.
ontem system
e amanhã, quem sabe, o teatro mágico.

Já quis isso
aquilo
e aquilo outro.

Estou triste,
feliz
cansado
e frustrado.

Vivendo e não aprendendo
só tomo cuidado
pra não agir pelos momentos
e perder todo pouco que consegui.

Tento agarrar tudo,
com minhas inúteis mãos,
tento ter tudo
sem perder nada,
quanta inocência.

Eu ainda amo ela
você não ama ele
ele ama ela
ela me ama.

Você vai sofrer,
eu vou me arrepender
e ela continuará a viver.










Eu, tu, ele e ela.
Parece que me confundi de novo,
não entendo mais nada de pronomes.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Scooby.

Oito anos
me lembro como se fosse ontem
de cima de um morro de pedras
eu e mais dois avistamos ele.

Eu escolhi a forma que o tratariamos,
acabaram aceitando
e alimentamos nossos sonhos de criança.

No começo nós brincavamos
mas acabamos por assumir
uma nova amizade.

Segundas, terças
e o resto das semanas, inteiras
companhia até mesmo quando não desejávamos.

Quatro blocos da construção
e um madeirite
uma tigela de paçoca
e muito apetite.

E quando o caminhão chegava
ele ia deslizar no piso,
não gostava
mas era o que restava.

O pai que detestava,
o pai que aceitava
e no fim talvez, o pai que gostara.

Os outros sempre tiveram inveja,
os outros sempre o odiaram
até que um dia o denunciaram.

Uma ida ao tude
com um fiat uno
e uns trinta e quatro reais
indignação.

Depois disso ele ficou trancado,
mas sempre fugia pelo portão vazado,
dava umas três ou quatro voltas por aí
e ficava pedindo pra voltar.

Foi a shoppings,
a feiras,
caminhou conosco a cidade inteira
não precisava de correntes
um assobio era o suficiente.

E por falta de amor,
talvez frustração,
inveja de novo
ou pura ilusão.

Ele pagou o preço pelos outros,
depois dos oito anos e mais um pouco
ele se foi
e eu vi metade da minha vida indo junto.

Já vi muitas pessoas morrerem
mas sem dúvidas nenhuma me abalou tanto
quanto um colega de quatro patas.

E depois do veneno,
a vizinha nos pediu um pouco de papelão,
e vi todos conterem lágrimas,
talvez por orgulho e vergonha.

Quando vejo as mulheres dizendo
que homens valem menos que cachorros
acho ridículo, puro feminismo.

Mas acho que quanto a ser humano
e animal,
elas tem razão.

Pois certas atitudes me levam a crer
que cachorros são mais inteligentes
do que toda essa gente
que só faz sofrer.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

All my life.

Toda a minha vida
passei procurando,
escondido,
por alguém que tivesse o som
que você tem.

Agora, estou aqui
você está aqui,
e não mais vou deixar você ir
sei que você vai me ajudar
nos momentos que eu mais precisar.

Pegue os frascos de shampoo
e os sabonetes
e vamos embora.

Toda a minha vida
passei procurando,
escondida,
por alguém que compreendesse
o meu som.

E agora você está aqui,
eu estou aqui,
não quero mais ir,
sei que você vai precisar de mim
e espero poder ajudar.

Pegue as chaves do carro
e os documentos
e vamos embora.

Abro mão de tudo
pra satisfazer a minha crise de abstinência
não durmo,
não vivo,
maldita a sua ausência.

Pinto acentos
em mentiras
faço esculturas
de demagogia.

Ignoro eles
e elas.

Não precisam de mim
um a um
mato com um tiro no meu peito.

Me entregue,
se entregue,
livre-me,
dê-me.

Todas as nossas vidas
passamos procurando,
escondidos,
por alguém.

Não há nada a dizer,
quando suas mãos estão em mim
não há nada o que fazer,
quando eu sinto o seu perfume
apenas fecho os olhos.

E me pergunto se você pode me ouvir
e pergunto o quanto você pôde ouvir.

E você repete o dia todo
cortejos de amor,
me deixa sem graça,
retribuo com poesias
e tento até compor.

Chego a querer te odiar
mas quando te olho nos olhos
lembro porque vale a pena,
mas quando fecho os olhos
vejo por que vale a pena.

Poderia viver um século
me alimentando da lembrança,
da marca no lençol
e da roupa lavada em cima da cama.

Complicamos tanto...
depois tentamos não nos arrepender.

Só o tempo sabe o que virá
e ele não quer nos dizer.

No final, essa é a graça
neste jogo ninguém pode entender,
as regras mudam a cada minuto
e perde o primeiro que ceder.

No final não quero entender,
amanhã eu penso nisso,
vou ver tv.

No final, não podemos saber,
agora te quero,
amanhã vou te esquecer,

No final, não quero saber,
agora quero a outra,
agora quero alguém do cais,
agora preciso beber.

Toda a minha vida
passei procurando,
querendo saber o porque.

Procurei entender
as leis do universo
e os finais dos seriados.

Sempre achei explicação pra tudo,
sempre me senti bem com isso,
me viciei, sem querer.

Cada um chame como quiser,
cada um tem seu próprio amor.

E eu acho que o motivo de eu me fascinar
todas as vezes que você está ao meu lado
é não conseguir explicar
nem ter que entender,
o que eu sinto
e o que você me faz sentir.





A resposta por enquanto é:
você.

domingo, 12 de dezembro de 2010

19 Esquetes.

Meio dia
e uns trocados
acordou
mal acordou
e com cara de sono
já disse:
- O que diabos estou fazendo acordado?

Quis ficar na cama,
levantou resmungando
só para que
- para inferno futuro -
tentasse cancelar suas obrigações.

Falhou
e decepcionado,
ficou sentado
olhando pra parede
e umas horas e outras
olhava uma criança correndo pela cozinha,
como quem ve um bichinho de estimação novo
ou algo sobrenatural,
olhava espantado
e ria.

Mecheu em uns papéis estranhos
que tinham seu nome
e seu telefone
e ficou bem uns trinta minutos
fazendo esquetes na sua cabeça
e rindo sozinho.

Quando finalmente acordou
se arrumou
e foi fazer uma prova, ou algo assim
e foi até lá vendo alguém passar-lhe sermões,
vendo apenas,
porque só se ouvia o resto de suas esquetes
e ficou meio chateado,
muito chateado,
pois lembrou suas esquetes não podiam ser interpretadas
e cansou de montar seus roteiros imaginários.

Chegou adiantando e foi direto para uma mesa
que tinha seu nome completo
como uma etiqueta
e olhou para os lados
e fintou apenas gente estranha.

Olhou até uns velhos conhecidos,
que não quiseram lhe comprimentar
e teve vontade de vomitar alguns vezes.

Todos vestiam rosa e branco,
azul e roxo,
um ou outro verde limão.

Olhou pro lado e viu um cara
de uns trinta e cinco anos
com uma camisa preta de uma banda
e se sentiu parte de algum conjunto,
ou algo assim.

Conversaram do único assunto possível
e pararam quando uma mulher veio cheia de papéis
e disse umas palavras estranhas
com um sotaque engraçado
que ninguém entendeu.

Fez logo o que tinha que fazer,
pintou todo papel à lápis
e observou a ignorância de muitos,
rindo e montando mais esquetes
enquanto escrevia
e achava que era o centro das atenções
mesmo sem ninguém olhar pra ele.

Logo saiu da sala,
e sentiu a mudança de temperatura,
ficou meio tonto e tomou um café
e decidiu esperar sua carona sentado na sombra.

Ele estava lá,
sentado na frente de uma escola estranha
que ele não queria estudar
e ficou pensando nela,
na outra,
na outra
e na outra.

E teve vontade de chorar,
por umas três vezes,
por motivos diferentes.

Mas sempre que seus olhos lacrimejavam
seu orgulho agia
e ele transformava a tristeza em algo pior
e guardava pra depois.

Dormiu a tarde inteira,
só pra fazer suas dores passarem,
sonhou com muitas coisas desagradáveis,
ultimamente seus sonhos eram pesadelos
e seus pesadelos eram pesadelos piores ainda.

Se cansou,
quando acordou com o coração disparado,
decidiu ficar acordado.

Ficou dando palestras para estranhos,
sobre assuntos que não eram o seu forte,
mas ele não conseguia conversar.

Depois ficou procurando alguém
para descontar seu estresse
e falar todos seus problemas,
e talvez ouvir palavras confortantes,
mas não achou ninguém,
todos tinham sumido
pediu socorro
e pediu um abraço.

Quando estava deitado,
quase dormindo de novo, frustrado,
seu telefone tocou.

E um estranho apareceu no portão da casa dele
justo o único que ele não queria conversar
ficou calado, durante horas.

De tanto o estranho insistir
ele contou toda sua história
que queria que outros milhares
tivessem perguntado antes.

E o estranho usou toda sua força
pra dizer umas palavras bonitas
aconselha-lo
e encorajá-lo.

E ele virou um poço de sentimentos,
não sabia se sentia pena,
se ficava feliz,
triste,
nervoso
ou aliviado.

E o estranho foi dormir
e ele ficou sentado, ouvindo músicas,
músicas que lembravam ele
daquilo que não podia lembrar.

mas ele gostava de sofrer
e continuou cada vez mais
ouvindo e prestando atenção nas músicas
e escrevendo coisas idiotas.

E até descobriu músicas novas
que deixavam ele pior ainda,
ficou sem saber o que fazer
e voltou a montar esquetes
que nem tinham finais felizes.

Esquetes,
esquetes e mais
esquetes.

É só isso que ele sabia fazer
e nem trabalhava como diretor
ou roteirista.

Inventou algumas mentiras
e contou pra si mesmo
só para se auto-afirmar
e fingir que estava tudo bem.

Ele precisa parar com isso,
precisa mesmo.

E ele continua fazendo tudo,
contando com a reação das pessoas,
das pessoas que nem ligam pra ele
e não faz mais nada pensando em si mesmo.

Eu já disse pra ele,
mas ele diz que roubaram seus braços.

Não sei,
deve ser difícil,
deve doer,
não posso julgar,
mas pelo menos lhe restaram as pernas
para caminhar.







Vamos, melhor se levantar,
o chão está gelado
e você está molhado,
vai acabar ficando resfriado.

Vamos, não fique assim,
por favor,
não combina com você.

Ok, estou te esperando do outro lado,
não me desaponte.

Confio em você.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Temos que pegar.

Talvez nunca me acostume
tento sorrir com a cabeça baixa
e todos vivem me perguntando:
'você já realizou seus sonhos?'

O passado é confortante,
mas ao invés de viver da minha velha infância
quero tentar entender
e viver o presente
por mais que tenha nascido covarde.

Parece que fui feito de pedras
e quando sorrio todos estranham
e quando choro todos se espantam
preguei tanto isso
e agora quero me livrar, mais do que tudo.

Observo todos conversando
de assuntos grotescos
e parece que já me contaram o final de tudo
são como esquetes, malfeitas,
fico apenas assistindo
vendo o final acontecer.

E me dizem:
isso não é amor,
sexo não é amor.
Mas esquecem de tirar o gosto de látex da boca.

E depois
saio de casa
com cara de sono
e o cabelo desarrumado
como sempre
- frescura minha -
fugindo do sol
com a língua amarela
falando de coisas fúteis
e interessantes
que a maioria das pessoas nem ligaria
- quer um halls?

Meus vícios tendem a ter finais sádicos
e a minha própria cara de espanto,
quando não uma lágrima ou outra
não são muito sadios.

Preciso de um vício novo,
acho que também vou comprar uns esmaltes
só pra deixar na prateleira
e ter pelo menos uns
cento e cinquenta,
só não quero o pikachu.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cinco e quarenta e três, alguns erros de português, era uma vez.

Cinco e quarenta e três
e eu ainda acordado,
fazendo as mesmas coisas
ouvindo as mesmas músicas
e pensando
e escrevendo.

Meus dias não tem sido os melhores
e meus textos parecem diários.
...foda-se.

A tv quebrou,
o ventilador também
e uma coisa importante,
que prefiro não dizer,
também.

Não há ninguém pra consertar
e sinto falta de todos,
do meu programa,
do vento no rosto,
e...
bem, deixa pra lá,
preciso de alguém que conserte-os.

E agora fico pensando na culpa
e de quem é a culpa
e como se fossem cartas
saio distribuindo a culpa
a coisas e pessoas alheias,
neste jogo eu sempre venço
- acho que venço -
olha mãe!
Estou vencendo!

Elis Regina,
Cássia Eller,
Clarice Linspector...
Tenho de ler, pra entender.

E agora são umas
cinco e cinquenta e um
porque meu computador travou de novo
e agora está amanhecendo.

E venho olhando pra tantas coisas
que vem apodrecendo
e venho odiando tanto
tantas coisas que já amei,
que já foram minha razão de viver.

E agora,
de novo,
nada faz sentido.

Orgias de traveco,
e soro positivo.

A mesma idiotice,
a mesma mesmice
o cara quadrado
fazendo criancices.

Eu sou medroso,
mas você ainda tem coragem,
você veio me ver sonhando,
e isto eu faço bem,
sonhar,
se bem que,
você podia ter ficado mais,
e ter ido sem roubar.

Cuidado onde pisa,
e olhe por onde fica,
aqui não é seguro
nem de noite,
nem de dia.

As mesmas merdas,
só que com solos de guitarra,
Você olha frenéticamente pra mim
mas não pode ver sob a máscara
- a máscara que deseja estar molhada -
meu rosto não é meu
e nem de ninguém
já nem sei mais
onde deixei.

Cazuza,
Renato Russo,
e aquele poeta de nome estranho,
Charles alguma coisa,
com todo respeito.

Uma breja,
e o desgosto,
tiro meu tênis
e minto pra todos,
de novo
e de novo.

A parede,
eu,
um cabelo solto,
e um perfume familiar.

Agora roubaram as estrelas
que enfeitavam meu quarto,
que triste,
mas nós vamos pintar,
eu prometo.

Não, é sério,
você não vai acreditar!
É tipo uma dança nova
que acabei de inventar,
mais tarde te conto.

E depois, no fundo
acho que não consigo aceitar,
a realidade me desanima,
e o irreal me excita.

Por aqui tudo bem,
e aí?

E outra breja,
agora pode chover,
mas nem tanto.

Consegue ouvir?

Olho para trás
- sem querer -
e vejo o tempo que perdi
o tempo que te dei,
e isso só me faz querer ouvir
os gritos de uma Banshee.

Consegue ouvir?

A vergonha,
o medo,
o choro,
a compreensão,
a incompreensão
e os gritos dela?

Que bonitinhos.










Palmas,
palmas pra mim,
o mais feliz infeliz,
pelo menos o papagaio gosta de mim,
eu acho.









Sessenta textos,
contando com este, o mais sem sentido,
merda, pintada, bordada e escrita...
Mas pelo menos agora sei o que é lobotomia.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Só que sem os pelos na cara.

Sexta a noite,
sem muito o que fazer,
fui tomar chuva em Santos,
até porque a chuva deles
é muito melhor do que o nosso sol.

Fiquei meio apavorado,
anos sem andar de ônibus
e quando fui passando
fui lembrando
de cada momento que tinha vivido por ali...

Não fiquei muito contente,
meio triste talvez,
me lembrei da história que eu tinha jogado fora
e dos amigos que tinha perdido.

Não importa,
depois de ter sentado no molhado
da praça da independência
e ficado conversando sobre assuntos
não muito legais
tomando chuva
voltei pra casa.

Fiquei treinando,
até me esqueci que tinha gente
no meu quarto
e dormi muito tarde
pensando e sonhando
com coisas idiotas.

Tive que acordar cedo,
para bater continência
pro meu colega de farda branca.

Cheguei muito cansado
e tentei dormir,
mais cochilava do que dormia
e o cansaço me lembrava o efeito
de alguma droga, muito forte.

Acabei por não aproveitar o resto do dia
e depois de ter dormido a tarde toda
lembrei da prova do vestibular
e fiquei meio nervoso
- muito nervoso -
e depois meus pais ainda me lembraram
da importância e da merda toda,
daí falaram pra eu ir dormir.

Depois de ter dormido a tarde inteira
junto ao nervosismo do pré-vestibular
não tive a melhor noite possível,
mas consegui descansar o suficiente.

Acho que fui bem na prova.

Voltei da prova,
cansado, mas bem
fiquei escutando música deitado
e assistindo televisão,
tudo para esquecer do que tinha
depois da minha janela.

Depois fiquei feliz por motivos fúteis
e fiquei comemorando a derrota
de um time de futebol.

Depois saímos,
eu,
aquele garoto do prédio
e aquela menina que tem uns pregos
na cara.

Jogamos bilhar,
eu pelo menos joguei,
eles tentaram.

E eu fiquei tomando cerveja,
reclamando do gosto a cada gole
e depois
ficamos conversando
sobre assuntos antigos
e acontecimentos passados.

Cheguei em casa cansado,
cerveja me da sono,
deixei em um canal qualquer
e dormi de sapato
com a tv ligada
e tudo mais.

Depois disso só me lembro
do meu pai comemorando
com meu tio
uma vitória de um jogo estranho
e depois, alguns pesadelos
mas até agora, tudo bem.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O fim da promessa.

Trezentos e sessenta dias,
ou um pouco mais...

Tudo começou com alguns xingamentos
na cozinha,
algumas exaltações,
uma cara de espanto
e algumas risadas do outro lado.

E decidi me jogar no chão,
sabendo que ia me arrepender.

Muitas coisas aconteceram,
poucas que valeriam a pena eu contar.

E é claro que tudo terminaria com algo,
irônico.

Comigo sempre é assim,
tudo acontece da forma mais inusitada possível,
já estou acostumado.

E tudo agora termina com alguns xingamentos,
na cozinha,
algumas exaltações,
uma cara de espanto
e uma risada do outro lado.

E me jogaram no chão,
e tiraram o chão
e eu lembrei que não havia chão,
nunca sequer tivera um chão,
e diferente de você
não tenho pessoas para pisar
e agora estou caindo...

E agora me lembrei do quanto gostava,
gostava de cair,
afinal, esse é o meu jeito,
sempre foi.

E é engraçado,
logo lembro daquela música,
mas tanto faz,
só é nostálgico,
vejo um ano passar em um minuto.

E agora finalmente posso dizer,
não que estou de volta,
mas que finalmente estou aqui.

E agora finalmente posso dizer,
que é pra valer
e de agora em diante,
nunca mais vou me arrepender.




Obrigado por tudo,
bem vindo de volta,
obrigado.

sábado, 27 de novembro de 2010

Mil e dezenove monstros.

É difícil eu me sentir sozinho
criei tantas personalidades
que elas já conversam entre si.

Mesmo que você não esteja aqui,
você esta aqui,
você está em mim.

Colhi aquela, aquele e aquela,
por necessidade,
e agora pago,
não sabia que o aluguel era tão caro.

Mesmo sem saber porque,
eu estou assim,
eu estou aqui.

O logo nunca fora tão longo,
e meu corpo se confunde,
não sabe se grita ou chora.

Ninguém sabe,
ninguém entende.

E todos apontam
e me chamam de louco,
eu tento explicar,
mas me sinto falando outra língua.

as pessoas me acham estranho,
e eu ficava gesticulando
e gritando
como se precisasse
de algo ou alguém
que me entendesse.

E me diziam asneiras,
trabalho, amor e família,
e eu via o vazio em todos.

E me perguntavam,
porque deseja ser assim?

Eu sempre pensei que não tinha escolha,
havia nascido e me tornado daquele jeito,
mas agora eu sei, agora eu posso, agora eu quero
responder.

Se me chamam de aberração,
logo digo que sou imortal.

Sou imortal,
mas posso morrer aos 40
de câncer, aids ou diabetes.

Sei que afasto todos que me vêem,
mas aqueles que me ouvem,
me carregam consigo.

Posso ser uma aberração
e pode ser por isso
que eu marque tanto a vida das pessoas.

Você pode odiar pessoas como eu,
você pode amar pessoas como eu,
isso eu não sei,
mas tenho certeza que minha passagem será marcante
e provavelmente interessante.

E enquanto eu estiver vivo na lembrança de alguém,
estarei vivo para alguém
e no momento,
é isso que importa.

Pois isto é o que sou,
arrogante,
egoísta,
meu melhor companheiro sou eu.

Complexo,
estranho,
a carta perdida do baralho,
a peça que lhe falta.

Fútil,
importante,
o desejo irrelevante.

Contráditório,
constante,
o de sempre,
que muda a cada instante.








A aberração total,
o monstro imortal,
temei.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O conto do garoto idiota, o policial mal caráter, o bandido solto e a história que ninguém quis ouvir.

Era uma vez um garoto
que sempre fora calmo
sempre fora decente
e estudioso.

Vinha de uma família,
não tão nobre, mas,
uma família, enfim.

Um dia como qualquer outro,
o garoto saiu de casa,
maltrapilho,
desarrumado.

Ele tinha seus problemas,
e os homens maus também
não se podia culpar o garoto.

Mas os homens maus
não ligavam para o garoto
e o instigaram a fazer coisas erradas
para que eles mesmos pudessem punir ele.

E o garoto, naquela hora foi idiota,
e disse para os homens maus
que eles eram maus
e disse verdades
sobre todos os homens maus
e os homens maus não gostaram.
e foram malvados com o garoto.

E lhe atingiram onde lhe mais doeu,
na sua dignidade,
no seu orgulho
e no seu respeito.

E o garoto nada pôde fazer,
além de se levantar
e conter suas lágrimas de raiva
e caminhar como se estivesse errado,
pobre e inocente o garoto
senti pena dele.

Por isso tenham cuidado com o homem mau
ele está fardado e armado
e lhe indica o que é certo ou errado
e não há quem possa julgá-lo
já que ele se encontra acima de todos os outros.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sweet Dreams

Sinto o cheiro de sangue
e sinto o gosto de ferro
que saí de mim
que vem a mim
que saí de você,
ou do que restou
de nós.

Sinto o cheiro de podre
que vem da tua alma
estragada,
misturada com lixo.

Sinto o cheiro da mentira,
sinto o vazio,
sinto a loucura,
sinto pena,
sinto muito.

Misturado com lixo,
é assim que me sinto
é assim que você me faz sentir
nada me agrada
tudo está horrível.

E agora nada mais me acalma,
minhas mãos já estão cheias de sangue
e minha boca cheia de cortes,
pra você eu minto,
estou bem,
mas eu sei que já estou corrompido.

Sinto ódio,
muito ódio,
sinto lhe dizer
mas sua morte seria o meu prazer.

Me perdoe,
eu nunca pequei,
sou hipócrita,
mas nunca errei.

E agora eu rezo para dezenas de Deuses,
jesus,
sol,
lua,
anúbis,
tharanis,
ares,
alguém!
Me salvem!

E eu fico acordado
durante todas as noites
pensando em mil maneiras
de te torturar.

E fico atordoado
ao ver tudo e todos,
conspirando por lixo
e sentindo orgulho da vergonha.

Vamos,
vou contar até três:
comece a correr.

Você pode ver a saída
mas quanto isso irá lhe custar?
Você pode desistir
pode mesmo, eu vou deixar
só lhe custará uma ou duas pernas.

Você pode ver o prêmio
mas é tão fácil de pegar?
Você pode conseguir
mas o que terá que sacrificar?

Venha,
participe das minhas fantasias sádicas,
prometo que não farei nada
que você não queira.

Prometo,
eu juro,
que não vou parar de sorrir
nunca!
Vamos, vamos, vamos.

Você não pode ter vontades,
você não pode ter desejos,
acredite em mim cegamente
e faça uma estátua,
me venere
quem sabe eu te salve.

Você não é nada,
agora tudo que quer,
é o que eu quero
é assim que funciona,
é assim que deve ser.

Venha, venha até mim
sou tudo que você precisa
e a partir de agora
pelo seu vício,
você precisa de mim.

Desculpe,
não queria partir seu coração,
apenas seus ossos.

Desculpe,
me perdoe,
ficar de joelhos me poupará de pagar pelo que fiz?
Então irei rezar até o inferno ao céu subir.

Vamos,
saboreie a felicidade,
que fui eu quem fiz,
assim é justo,
se eu estou feliz,
todos estão.

De nada adianta,
suas ameaças não tem efeito,
não tenho medo de nada,
só de mim mesmo.

E é pelo medo de mim,
que começo a ter medo de você,
alguém no mundo
que leve consigo meu jeito de ser.

Eu,
sem você,
sou você,
eu malfeito.

Você,
sem mim,
é você,
eu assustador.

Cuidado, você já pode estar preso
aos meus doces sonhos.



Amargos...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um brinde... ao seu Deus.

Não entendo mais nada,
não me entendo,
não sei por que diabos tento escrever
e descrever
a falta de sentido
que vejo
e não vejo
tudo
e não vejo
em tudo.

E eu não entendo,
não entendo você,
nem minhas vontades,
nem meus gostos,
nem minhas emoções.

E eu não sei,
tudo que sei está errado,
mentiram pra mim,
desde quando, não sei.

E me disseram que era normal
e me ensinaram o que eu era
e o que eu deveria ser
e eu não pude escolher.

E eles me disseram
que tudo girava em torno de algo como
Deus,
felicidade,
paz,
e amor.
E ninguém me provou até aonde
cada um destes existia,
vendaram meus olhos
e me atiraram pra onde eu não queria.

E cada um me disse,
coisas tão lindas e fodas
sobre cada um
como se de verdade,
alguém já tivesse tido
e já tivesse sentido.

E depois dizem que sou confuso,
ninguém nunca me deu respostas
apenas mais e mais perguntas
e desafios, não ligo,
mas não reclamem.

Eu não vejo mais motivo
não tenho mais vontades
olho pra cada um
e a alegria deles...
- ridículos -
é movida por tanta merda.

E é como se eu andasse no meio de um milhão de juízes
sendo o réu absoluto
e é como se cada um desejasse me julgar
desde o que eu sinto, até o que eu visto
e como se todos pudessem me incriminar
e como se todos fossem melhores do que eu,
e eu deixo eles pensarem,
no mundo deles tudo é possível
e com um dedo na cara de alguém, ó eu sou o rei
tragam-me o cetro e a coroa,
vou governar o mundo de ninguém.

E sabe do que mais?
eu não ligo,
de coração,
não sou como a maioria
- aliás, em relação a nada -
não preciso de plateia
não saio atrás de conquistas
e cabeças cortadas
para subir em um tijolo
e me sentir o dono de tudo
seus olhares vazios não me importam.

E você olha pra qualquer lado
e vê a dor e o sofrimento
servidos com molho
a quem quiser
a quem puder
e os políticos, jornalistas e todos os outros
dizem que está tudo bem
jogam informações manipuladas na minha cara
e me mandam fechar os olhos
e eu fecho
e você fecha
e eu sofro,
mas você não, diz que já faz seu papel, como cidadão...
meus pêsames a sua ignorância,
no caos... ninguém é cidadão.

E porra, pelo amor de Deus,
sou só um cético qualquer
e agora acredito apenas no que posso tocar,
mas não com as mãos.

Tanto faz,
vamos todos juntos,
e vamos todos para a morte
sorrindo
e dizendo que valeu a pena
e vamos transmitir a esperança
e vamos dizer que é tudo lindo
e vamos dizer que é tudo perfeito
e vamos dizer que...

E vamos esquecer a pobreza
e vamos esquecer a fome
e vamos esquecer a dor
e vamos esquecer o choro

E vamos celebrar o dinheiro
e vamos comer papel!
ah, eu amo tudo isso.

Enfim, foda-se,
eu não me importo
e nada mais me importa
vão todos embora
mas antes, eu tenho um brinde.

Pegue a sua taça de vinho,
vamos esquecer de tudo
um brinde à felicidade, paz e amor
e um brinde ao seu Deus
e um brinde ao meu Deus
e um brinde a cada merda que cada um endeusa,
agora vão,
vão embora
você também,









mas antes, tire esta faca do meu peito.

domingo, 14 de novembro de 2010

Ele e ela.

Ela acorda cedo e vai procurando o relógio adiantado,
ele está indo dormir, depois de ter passado a noite em claro, é claro
ela se arruma depressa, com medo do relógio,
ele fica sonhando com que ela está fazendo
ou o que eles poderiam fazer.

Ela diz que não gosta da escola
e das pessoas que ficam por lá
ela diz isso sempre pra ele
e ele compreende, sem entender.

Ele e ela conversam tanto
sobre tantas coisas
e eles reclamam de tudo
e eles sempre acabam se entendendo.

Ele está com saudades e vive dizendo,
e sente que ela também está,
mas ela diz que não,
e ele fica preocupado se vai chover.

Ela fica irritada, por qualquer coisa
ele tenta entender,
ela coloca suas músicas no último volume
as músicas que ele gostava
e ele escuta músicas que não são da sua cara
e ele até tenta cantá-las
e todos acham estranho,
mas ele não liga.

Ele fica olhando o telefone,
como se pedisse e insistisse para que tocasse
e ele fica imaginando se ela faz o mesmo
ele pensa em ligar,
mas ele sempre acaba desistindo.

Hoje ele está chateado,
ontem foi a vez dela,
ele fica esperando o conforto dela
e sempre funciona.

Ele fica escrevendo,
ela diz que gosta de ler,
ele fica esperando motivação pra escrever,
porque ele vive escrevendo dela,
sem ninguém perceber.

Ela diz que tem medo
ele acha que também
e eles contam suas histórias tristes
de falsos personagens.

Eles são tão parecidos
e tem tantos gostos em comum
e são tão diferentes
seus conceitos se esbarram constantemente
são complicados
tão complicados...
e insistentes.

Ele e ela já tiveram tantas histórias
com tão pouco conteúdo
ele até brinca e diz,
poderia escrever sobre nós e sorri.

Ele nunca fora grande coisa
ela quis porque quis abrir os olhos dele
agora ela fica pensando,
se fez a coisa certa.

Ele e ela,
se odeiam tanto,
se conhecem tanto,
se entendem tanto.

Ele é tão romântico
sempre diz da beleza dela
e vive dizendo que foi feito pra ela
e que ela era tudo que ele queria.

Ela é tão carinhosa
- a cada ano bissexto -
o que faz com o nada que ela disse
se torne tanto.

Ele lembra dela a cada segundo
e ela diz que é por causa da sua beleza
ele acha que não é só isso
e ele acha que ela também o vê
todas as vezes que ela fecha os olhos.

Eles sempre se preocupam tanto
e um se apoia no outro
e ela diz pra ele não voltar tarde
e tomar cuidado.

Ele gosta dela
e diz que eles tem algo único
ela não sabe, apenas deixa acontecer.

Ele sempre foi a razão
e ela as vezes reclama
ela tenta consertá-lo a toda hora.

Ele fica pensando se a ama
e fica pensando e repensando
ela ainda não sabe.

Eu não sei... apenas assisto
e sem saber o que dizer, apenas reflito...
você pode me dizer?

Tsc...
E quem um dia irá dizer?

Só queria saber...
quero tantas coisas impossíveis,
dizer ou pedir não vai adiantar...
que seja,
eu sei, eu sei, vou esperar e torcer, afinal,
amo finais felizes...
você não?

sábado, 6 de novembro de 2010

Thought's dance.

Madrugada,
chuva,
música,
melancolia.

Assistindo,
lembrando,
pensando,
confusão.

Olho meus pensamentos
e eles me refletem
e eles se refletem
e eu reflito.

Presto atenção
em como eles andam
circulam
e agem.

De longe são bonitos,
mas são difíceis de se criar...
Ficam discutindo entre si
e ficam discutindo comigo.

A cada momento,
uma solução.
A cada sentimento,
uma conclusão.


Manhã,
guitarra,
baderna,
paciência.

Chorando,
vivendo,
lembrando,
nostalgia.

Não sei mais,
agora amo
tudo que odiava
e tudo muda a cada cinco minutos.

Não aguento mais,
agora odeio
tudo que amava
e tudo muda a cada cinco palavras.

Sono,
ignorância,
desatenção,
arrogância,
incompreensão.

Tudo ao meu alcance
tudo tão distante
tudo tão certo
tudo tão frustrante.

E eu pergunto aos meus pensamentos
e eles não sabem o que dizer
dizem de nada saber.

E os meus pensamentos se perguntam,
se questionam
o que
e o quanto vale a pena.

E os pensamentos me questionam
e perguntam tantos porquês,
e eu não sei mais responde-los
fico perdido, numa discussão infinita.

E meus pensamentos perguntam os teus
e meus pensamentos se confundem
e meus pensamentos te iludem
me iludem
se iludem.

E meus pensamentos cansam
e meus pensamentos me cansam
e meus pensamentos não descansam
e eu me canso de mim
e eu me canso de pensar.

E meus pensamentos me desculpam
e pedem meu perdão
pela falta de intenção.

E meus pensamentos se culpam
e meus pensamentos me culpam
e meus pensamentos te culpam.

E eu repreendo meus pensamentos
e agora eles são sabem
se posso pensar,
não sabem
se podem pensar,
não sabem
se podem tentar,
e me pedem permissão...

E eu não posso deixá-los
e eles não podem me deixar
e eles não podem permitir
lembrar do que não posso pensar,
não devo pensar,
mas quero,

Preciso pensar...

E meus pensamentos cansam
e meus pensamentos se calam
e meus pensamentos não entendem
e meus pensamentos não se entendem
e meus pensamentos se ofendem
e meus pensamentos brigam
e meus pensamentos param de querer
e meus pensamentos param de comer
e meus pensamentos choram
e meus pensamentos morrem...
e eu sofro...




E eu desisto.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Like a song. (8)

Acordo, sempre sem vontade de abrir os olhos
e não tenho motivos para levantar
penso em como tudo será
e a cama parece cada vez mais
segura e confortável.

Todos sempre me julgam
assim
ou de outro jeito
mas eu não ligo muito.

Eu sei que
sou apenas um idiota
apesar da minha arrogância
no fundo sei que não sou melhor que ninguém
sou apenas o menos idiota.

Aos poucos,
prometi chegar até você
mas você sempre quis ir mais rápido do que eu
e eu nunca tive motivações para correr.

Não sei,
me sinto péssimo
me prometa
que não vai desistir de mim.

Eu nunca sei direito
nunca vi essas pessoas
e tudo que sinto
é tão pouco.

Todos estão mentindo
e eu não sei porque...
Me disseram que tudo melhoraria
quando eu ouvisse 'eu te amo'.

Preciso de um motivo
de uma prova
me diga
se estou vivo.

Eu mesmo me confundo
crio dúvidas
mergulho nelas
e delas preciso de ajuda pra sair.

Estou perdendo meus sentidos
estou perdendo meus gostos
estou perdendo minhas vontades
estou me perdendo...

Estou perdido de novo
peço para que me salvem
mas sempre acabo voltando para o mesmo lugar
jogo fora o meu mapa e a minha bússola
parece que gosto de não saber onde estou.

Todos me dizem o que fazer
fico preso nesta dança de conselhos
não sei o que decidir
no fundo não sei o que quero ouvir.

Não sei mais quem culpar,
além de mim
me condeno
me levem daqui.

Me sinto bem
apesar de errado
me sinto único
me sinto só
mas não gosto de muita companhia
me sinto...

Como uma canção,
calma
com dezenas de instrumentos
com as notas mais complicadas
esbanjando os melhores músicos
da melhor orquestra.

Me sinto...
como uma canção,
tratando de tantos assuntos
demonstrando tantos sentimentos
toco o coração de poucos
mas quando encosto, os pego para mim.

Como uma canção,
que promove o choro
da emoção
e clama por atenção.

Como um clamor,
o grito de desespero
e a quebra das proibições.

Me sinto...
me comparo...
sou!

A canção sem músicos
a canção de cem músicos
impossível de ser compreendida
ouvida em partes
sem sentido
sem sentidos,
cem sentidos.

A canção de glória
e vitória
a canção sádica
triste
sem final
a canção sem compositor
deixada em prantos
em cima do piano.

A canção que sente falta
a canção que faz falta
que traz falta
a canção mal falada
a canção inocente
carente,
a canção nunca ouvida
que em só um lugar está presente.

Penso não ser a melhor,
nem a mais ouvida,
mas sou única,
e é por este som
que esta canção é movida.

Me sinto...
como uma canção
venha, não tenha medo!
E conte comigo...
E cante comigo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Fixação.

Tanto que perdi,
passei,
admirei,
desejei,
e não pude.

Dei chances a todos
dei chances a você
mas ainda não tinha dado chances
a mim mesmo.

Me agarrei ao pouco que tinha
segurei com todas as minhas forças
seguirei com todas as minhas forças,
prometi.

Era um moribundo
agoniando por doenças que não existiam
que não tinham cura
e para todos os outros
dizia que era mais forte do que um muro.

Agora,
não sei mais no que acredito
credo,
lógica
ou destino.

Agora,
não sei mais o que sinto
de tanto me dizerem,
já quase acredito.

Desculpe,
se te machuco
desculpe,
se finjo.

Desculpe as minhas intenções
desde as primeiras
até as décimas.

Desculpe,
se me machuco
desculpe,
se me aflijo.

Desculpe...
me perdoe.

Me perdoe
para que eu possa me perdoar
aceite estas lágrimas
se você não se importar.

E que tudo fosse mais simples
transparente
e que nossos olhares não nos desmentissem,

E que tudo fosse mais fácil
simplesmente
e que não fossem reprimidos nossos desejos,
sentimentos, facilmente.

Desejo parar de ver,
como gratidão,
anestesia à solidão,
esperança
ou ilusão

Desejo talvez,
acreditar,
sentir
e chamar de amor
essa tal fixação.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Décima Nona Primeira Vez.

Dezenove vezes
e agora não chego a comemorar
é uma data triste
cheia de explicações.

Meu presente é um banho
de nostalgia
ando entre os anos passados
e aprecio
e lamento.

Afinal, nem tudo sempre foi
como eu gostaria que fosse
tudo sempre caminha
como deveria ser.

Deveria,
mas nem sempre será
agora tenho chances
de mudar o destino.

Dezenove Lágrimas,
choro pelo tanto que passou
e pelo pouco que sei.

Dezenove Amigos,
lembro-me de cada um
e cada um, que se lembre de mim.

Dezenove Chances,
desperdiçadas
seguidas de maldizeres
ao vento.

Dezenove Medos,
e já tenho medo do vigésimo
muito medo, de sentir medo.

Dezenove anos,
muito para uns
pouco para se contar.

Já começo evitar a comemoração
fecho os olhos
e finjo que não é comigo
quem sabe assim eu não envelheça
possa deixar meus pensamentos
envoltos em formol,
conservados,
para que todos possam vê-los

No final,
quem comemora não sou eu
esta data sempre me lembra
de coisas tristes
me traz nostalgia,
medo
e apreensão.

Mas não faz mal
é apenas uma vez por ano
talvez ano que vem eu esteja melhor
e possa aguentar essa pressão











Trouxe meu presente?
Ah, era exatamente o que eu queria!
Parabéns pra mim!
antes que eu me esqueça.

sábado, 23 de outubro de 2010

Outrora.

Outro dia
outra vida
outra dor
outra pessoa.

Tudo que eu nunca tinha visto
vejo agora, tudo de uma vez
em estado de choque, mal escolho
escolho mal.

Minhas memorias estão mortas
a mostra
a quem quiser ver
e comprar
estão a venda, são muito valiosas.

Outro lugar
outro sentimento
outra lágrima
outra encenação.

Tudo que eu já tinha visto
vejo agora, tudo de uma vez
em estado de choque, mal escolho
escolho mal.

Eu matei minhas memórias
e mostro
a quem quiser ver
e levar
não tem valor, não há quem queira.

E é como se tudo conspirasse
pra acabar comigo
desde vocês
às nuvens no céu.

Já não sei qual é minha proteção
ando com medo
com medo vivo
com medo sobrevivo.

Outra música
outro telefone
outro eu
outro você.

E eu já não sei onde moro
minha casa parece tão longe
e lá não repouso
é cheio de dor.

Mal durmo
durmo mal
as noites conspiram
pra acabar comigo.

Outro carinho
outro amor
outra graça
outra gratidão

Tudo o que queria ter visto
vejo agora, tudo de uma vez
e em estado de choque, mal escolho
escolho mal.

Mataram todas as minhas memórias
e roubaram o resto
queria ao menos poder mostrá-las
mas não me lembro de nada.

E é tão difícil pra mim
entender o porque
é tão difícil
pra mim poder ver...

Me sinto mais forte
mas sinto os perigos crescendo
proporcionalmente
estou mal acompanhado.

Saio de casa
esperando a chuva
pra que eu possa ouvir seu barulho
e me acalmar
as consequências não me reprimem
apenas quero sair e me molhar
apenas quero os seus braços
e o seu olhar.

Volto pra casa
esperando você voltar
para que eu possa ouvir a sua voz
e me acalmar
as consequências não me reprimem
apenas quero lhe falar
apenas quero meus braços em ti
te olhar e te adorar.

Gosto daqui
quero a sua voz
me dizendo coisas engraçadas
pro resto da vida
quero que me toque
e não quero que me esqueça
quero te amar
e que nosso amor nunca desvaneça.

Gosto daqui
quero a sua voz
me dizendo coisas tão sérias
pro resto da vida
quero te tocar
pra que eu nunca te esqueça
quero te amar
e que nosso amor nunca desapareça.

Não gosto daqui
gosto de você
não me sinto mais
mal acompanhado
vamos para
outro lugar...

Outro texto
outro lamento
outra frase
outro jeito.

outra hora
outro refrão
outro amigo
outro perdão.

outro orgulho
outra honra
outra besteira
outra raiva.

outra noite
outra admiração
outra dúvida
outra compreensão

outra lei
outro pedido
outra exposição
outra exceção

outro julgamento
outra incompreensão
outra mentira
outra execução

outro herói
outra angústia
outra esperança
outro argumento.

outra voz
outra linha
outro caminho
outro final

outro hoje
outra atitude
outro amanhã
outra plenitude.

outro passado
outra memória
outra nostalgia
outra discórdia.

outro poeta
outra ousadia
outra rima
outra poesia

outro conceito
outro prazer
outro inimigo
outro maldizer.

outra desculpa
outro arrependimento
outro pensamento
outro apodrecimento.

outra loucura
outro remédio
outra vez
outra cura

Outro tempo
outro Thiago
a partir da mácula da submissão
à pura compreensão.

Outrora
outro ódio
a pártir da mácula da discórdia
à pura perfeição.

Outro leitor
outro sentido
outro verso...





... Ou todo este texto inverso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sobre.

Sempre volto aqui,
sem uma história feliz a contar
empunho melodias tristes
que lacrimejam os olhos
e frases dignas de velório
frases que fazem todos chorar.

Escolhi os piores vícios
e pago todo dia por isso
escolhi as drogas mais fortes,
as mais difíceis de se obter
as mais difíceis de se abster.

A dor que deveria sentir é enorme
enquanto ainda estou entorpecido não sinto
mas amanhã, será insuportável
não sei se poderei abrir os olhos.

O preço é alto
mas, já fora da minha consciência
pago,
mesmo sem ter.

Tu ceifa minha alma
e leva contigo
pedaços de mim
que valiam mais do que pernas
ou braços
e eu não discuto
ajudo a serrar
ajudo a cerrar
tudo e mais um pouco
pela minha paz interior
que já é utópica.

Que eu mesmo não deixo acontecer
e te culpo
e me culpo
como se apontasse o sangue
nas mãos,
o meu sangue...

Perco horas
e horas
pensando sobre
já não quero mais
e agora,
talvez,
sim, talvez.

Contínuo perdido
sem rumo
sem condução
preciso de uma ajuda aqui
espero que seja a sua mão
que seja estendida à mim.

Não quero simplesmente
o mesmo caminho de todos
por este já andava
e me perdi,
não por acaso.

Procuro a saída
a saída que contenha um final
um final decente
não quero o mesmo caminho de todos,
o caminho decadente.

Eu sei que você não sabe chegar lá
apenas me leve contigo
ficar parado aqui não é uma boa ideia
somos presas fáceis
melhor andarmos...

Não aguento mais ficar parado
não aguento mais a solidão
Quer tentar?
Ok, vamos conversar sobre.

domingo, 17 de outubro de 2010

Lúdica Loucura.

Quando era jovem
talvez tenha sofrido de mais
ou pelo menos
apaguei todos os momentos bons da minha mente
e guardei apenas os ruins.

Prometi a mim mesmo
que nunca amaria
e muito menos escreveria sobre
amor.

Talvez eu saiba
em algum lugar
que não posso resistir a isso,
nunca pude.

Gostaria de ficar
mas não posso,
de verdade.

É necessária muita coragem
mas talvez
não seja o suficiente
talvez tenho vivido do jeito errado
e aprendido a amar
a solidão.

Gostaria de transformar pronomes pessoais...
erradicar o 'eu'
e o 'tu'
e transformar tudo em 'nós'.

Você me mudou
me transformou em algo
que nem tenho certeza
se é melhor do que meu eu antigo
mas eu gosto
felizmente
ou infelizmente.

Já não sou o mesmo...
venho odiando a esmo
rogando pragas
e maldições
a todos que vejo na rua
parece que nada mais faz sentido
não gosto mais de nada
nem de ninguém...
você é a única exceção.

sábado, 16 de outubro de 2010

Pseudo-ideal

Desperdício...
E eu já não sei mais se aguento
a realidade não me atraí
prefiro o mundo que eu mesmo criei.

Vivo mais lá
do que aqui
alimento-me até dos pesadelos
e não descanso durante o sono.

A lua inveja o número de fases
que eu vivo
mas já não sei qual o sol
que as muda.

Vivendo de juras
e promessas
esperando o que julgava impossível.

Já não sei se as lágrimas me aliviarão
ou se a raiva me sustentará
nada mais me dá prazer
não sinto a mínima emoção.

Esperando,
roubaram o brilho de tudo
e juntaram num lugar só
inacessível.

Me sustentando pelo pouco que recebi
ansioso,
alimentando falsas esperanças
já não entendo mais,
minha vontade era apenas acelerar o relógio
e observar as horas passarem
para não sofrer tanto
pelo tempo que demora a passar
não sei direito
me leve para qualquer lugar
apenas não me deixe mais aqui
eu faço mal à mim.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

18 sonhos.

Não tenho culpa
se meus sonhos
são um tanto quanto
sádicos.

Não há mais maneiras de resolver isso,
vejo coisas tão estranhas
pessoas sacrificando tanto
por tão pouco.

Indignado,
tantas pessoas
se matando
por um bem não tão maior.

A confiança já não existe
e atiramos em nossos próprios pés
para ter uma corrida mais emocionante
sobre os espinhos que nós mesmos colocamos.

Não tenho culpa
se vivemos de um jeito tão
sádico.

Inconsequêntes,
pisamos em nossos melhores amigos
para conseguir prazer.

A esperança já se foi
e só nos restou ódio e desejo
por vingança.

Não tenho culpa
se a vida é tão
sádica.

Derramamos sangue
por menos que dinheiro,
há um fundo de prazer nisso

Hipocrisia,
pintada e bordada
pelo tal sistema
em nossos rostos,
cartazes ambulantes
propagando o que mais odiamos.
Não temos mais saída
e eu apenas fecho meus olhos
e te levo junto
para os meus sonhos
que, mesmo sendo sádicos
soam melhores do que viver...
Escolham suas armas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

12 linhas.

Me confundo
e confundo à todos
nada explico
apenas desminto o pouco que sabia
sabiam
e agora ninguém mais sabe
nunca souberam na verdade
não precisam saber
a ilusão prova seu valor.

Perdido nas minhas próprias incertezas
afundadas pelas mágoas
que causei
e que me foram causadas
não há perdão que redima
o que nos foi feito
apenas levante-se do chão
seus joelhos estão sangrando.

Perdido nos meus próprios sentimentos
afundados pela razão
infundados por razão
discutindo o melhor caminho.

Emoções que batalham,
mas de emoção
não me movo
pelo pouco que sinto
senti
essa batalha talvez nunca tenha sentido.

Afogado em mentiras
pedindo para respirar verdades
guardadas em cartazes
que todos podem ver
mas ninguém deseja ler
pedindo conselhos
para amassar
e me confortar,
desumilde.

Me mostre como se vive
não procuramos as mesmas coisas
mas talvez tenhamos interesses em comum
você parece gostar da situação
não me incomodo
apenas continuo
como sempre sou.

Não me importo
continuo a escrever todos os meus milhares de livros
de uma só página
não me importo com mais nada
jogo gasolina em tudo que fiz
e espero a faísca...
trágico.

Torcendo pela sua pena
agindo de surpresa
pegue toda sua expectativa e jogue no lixo
tudo que espera de mim
não é o mínimo que faço
você me subestima
enquanto deveria superestimar
você me vê jogado
e no final eu subestimo você.

Não quero mais o final feliz
não trabalho por objetivos
apenas quero desfrutar
cada momento
e ver tudo e todos
morrendo e sobrevivendo
miseravelmente
enquanto acham que estarei na linha de frente
estarei apenas aqui
de longe
tomando minha dose
de sarcasmo
apenas assistindo
os seus castelos malfeitos
desmoronarem ao meu sopro
rindo,
com um toque de pena, desgosto
e prazer.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Companheirismo

Hey, você...
Por que motivos está socando paredes?
Parece que quer chorar
e nem isso consegue.

Que fracasso,
começo a ter certa dó de você
é uma pena...
não fique nervoso comigo
se não gosta que tenham pena de você
saia desse seu estado
frágil e idiota.

Droga!
Não me diga que não avisei
foi você quem quis
você vai sofrer sim
mas valerá a pena
não desista
eu sei que é difícil
mas eu ainda acredito em você

Não me venha com essa
de que não pode aguentar
pode sim
e irá
se você não consegue
eu também não consigo
calma,
sairemos juntos dessa
e com a vitória.

Afinal, por que está assim?
Parece que mataram tua alma
e teu auto-controle
parece que lhe tiraram tudo que gostava
e deixaram apenas o desgosto
me diga quem foi...
procuro vingança.

Me diga, por que está sentado num canto escuro
criticando as paredes
e contendo seus sentimentos
fazendo seus sentimentos brigarem
e deixando apenas os piores se revelarem
me diga, diga de uma vez!
me diga o que foi...
procuro distância.

Parece que não pode nem dizer
rídiculo, rídiculo, rídiculo!
Nem seus sentimentos pode mais controlar
nem ao menos dizer
aliás, acho que você nem sabe mais o que sente
não sabe o que procura
não sabe nem mesmo o que é
não sabe nem o que eu sou.

Acho que você precisa levantar
por mais quebradiço que esteja
não faz bem pra você
ficar discutindo contigo mesmo
saia daí e venha comigo.

Pare de se lamentar
não é e nem nunca foi culpa sua
não pense em chorar
meus ombros não lhe apoiarão.

Eu sei, eu sei
conheço a tua história de cor
de trás para frente
conheço a ti
mais do que conhece a si mesmo
mas não é justificativa suficiente
para o seu estado.

Não me venha com desculpas
justificativas
não importa de quem é a culpa
quando te conheci
você lutava mais pelos seus princípios
agora, por nada ou tão pouco
fica jogado
sem saber o que fazer.

Resista,
lute,
mostre pra mim
pra ele
e pra ela
não...
mostre a todos
o teu verdadeiro eu
mostre a todos aquele que eu conheci
mostre a todos aquele que eu amo
mostre a todos nosso verdadeiro potencial
mostre a todos o Thiago de verdade
e só assim, eu poderei descansar
quero a tua felicidade tanto quanto Thi.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pessimismo.

Desgosto,
não quero mais escrever sobre política
nem sobre mim
nem sobre você.

Solidão,
sinto um enorme vazio
tão vazio...
sinto como se não sentisse
e no fundo nada sinto.

Tédio,
sempre volto para o mesmo lugar
escutando a mesma música
conversando com as mesmas pessoas.

Saudades,
não que antes fosse melhor
apenas queria alimentar minha nostalgia.

Angústia,
Todos dias são iguais
tento torná-los diferentes
mas a custo de que?

Sofrimento,
sempre sei como vai terminar
mesmo sem saber o que vai acontecer.

Aflição,
acho que estou viciado
e sofro por antecedência
por não poder me drogar.

Impotência,
nada posso fazer
a não ser assistir
deslumbrar a queda
do nosso castelo de cartas

Ignorância,
completa
parcial
e nua.

Acho que isto é só mais um pedido de socorro
de um reles humano
que merece ser esquecido
por não saber esquecer

Não, não encoste em mim
eu levanto sozinho
meu orgulho me fere
e com insegurança
digo que posso continuar, não mais.

domingo, 3 de outubro de 2010

Apatia.

Não sei como
chegou a este ponto
mas, chegou.

Não pude evitar
por mais que eu não quisesse
nunca quis.

Não sei dizer ao certo
as vezes você é tudo
as vezes não é nada

Fico me perguntando as vezes
o motivo da reverencia à você
as vezes acho que deveria ser ao contrário

Fico pensando
pensando até de mais
até se você pensa tanto como eu

Pesando bem
não quero uma explicação
a dúvida tem um sabor agradável

Poderia deixar de ligar
mas não quero
acho que no fundo gosto

Gosto...
gosto tanto de você
e guardo tanto disto pra mim
te mostro tão pouco
chega a ser boçal.

Apenas palavras
palavras cortadas ao meio
pelo medo
pelo receio
do que irá acontecer
me sinto péssimo com isto
mas é tão difícil mudar...

Não sei...
apenas é difícil
gostaria de dizer, mostrar e fazer mais
mas ainda é complicado
você me confunde tanto
que não consigo pensar
em como agir...
 
Você merece tanto
e lhe dou tão pouco
quando te vejo
você não vê
nem um terço dos meus sentimentos
e é inconsciente que grito seu nome
com toques de amor.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Take me out.

Não sei mais se gosto de mim
se gosto de você
se gosto de viver.

Quando me lembro
fico calmo e feliz
mas logo depois
aquilo amarga a minha boca.

Cada hora que passa
sou uma pessoa
diferente.

Escutando músicas diferentes,
fazendo coisas diferentes
tendo sentimentos indiferentes.

Mudando a cada segundo
tentando adivinhar
qual será a próxima.

E cada uma delas
quer alcançá-lo
e tem suas maneiras diferentes de correr.

Isto me aflinge,
peço que me ajude
tire-me daqui.

Tire-me,
tire-me de você
tire-me de mim.

Tire tudo que me atrapalha
tudo que não faz sentido
tudo que eu não preciso.

Tire-me o medo
a falsa esperança
e o respeito.

Tire meus limites,
tire minha vontade
tire meu coração.

Eu lhe dou tudo
pela minha falsa liberdade
apenas...
Me tire daqui.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Nossos Olhos.

Vejo tristeza nos teus olhos
nos meus
muita tristeza.

Andando sem rumo
por uma rua escura
sem medo da escuridão.

Pensando que nem o pior
seria tão desagradavel
quanto.

O ar que respiro
é bucólico,
melancólico.

Apesar de todos os motivos
continuo assim
e você também.

Se soubesse antes...

Antes,
teria mudado tanto
tudo que fiz.

Não que me arrependa
apenas
seria melhor

Se soubesse antes...

Muito antes
talvez
e só talvez
poderiamos ter evitado.

E eu não desejaria mais
não gostaria
nem tentaria.

E estariamos mais felizes
eu não
mas pelo menos você.

Melhor um de nós...
se estamos fardados
com azar.

Vejo saudades nos meus olhos
nos teus
muitas saudades.

Nostalgia,
gostaria que tude estivesse
como antes...

Antes...
Antes que eu
me arrependa de novo.

Antes,
que tomemos de novo
a decisão errada.

Não tema
isto é passageiro
e chegará o dia
que poderemos,
finalmente
cantar juntos
nossas vitórias.
 
E até lá
estarei aqui
para te apoiar
assim como
estará para mim
como meu melhor alicerce.

Poderá demorar uma década
mas eu estarei
aqui para sempre
por você
e com você
e sei
que valerá a pena.

Vejo tristeza
saudades
desespero
e lágrimas
em nossos olhos.

Mas também vejo






Esperança.

sábado, 25 de setembro de 2010

Meu sol.

Sem sombra de dúvidas,
só você pode
só você me entende.

Não importa!
o que aconteceu
acontecerá
ou está acontecendo.

Não sei ao certo
o que é concreto
impulso
ou ilusão.

Apenas vou acreditando
cegamente
mesmo sem saber da verdade.

Desculpe,
só com você posso me desculpar
e continuo me desculpando
afinal, gostaria que tudo fosse
perfeito.

Sei que por vezes
nem sempre, aliás
lhe disse toda a verdade
mas você sabe
não foi culpa minha.

E agora que sabe
me sinto bem melhor
devia te-lo feito desde o começo.

Não,
melhor não começar
a pensar no passado
ou no futuro.

Você me ensinou algo
algo importante
saber agir por impulso
e com atitude.

Tentarei,
talvez esteja errado
mas há algumas coisas
que é preciso errar
para se ter certeza
e esta é uma delas.

Fiquei cansado de me perguntar
se valeria a pena
decidi,
de nada adianta pensar se é o melhor
não é preciso ser o melhor
para ser especial.

Não entenda mal
sempre enfeito excessivamente meus textos
e encho eles de sentimentos
que nunca senti
e talvez nem sinta.

Confuso,
sou
e continuo
acredito que seja também
mas nossas confusões juntas
formam a melhor das lógicas
era apenas isto que eu queria deixar explícito...







Afinal,
Eu te amo.

Sensibilidade.

Olho para a noite
e não vejo estrelas
sinto mais do que isso.

Olho para a chuva
que cai, de manso
e não vejo água
vejo mais do que isso.

Ouço pássaros e seus cantos
e não ouço notas
ouço mais do que isso.

Procuro por cada detalhe
de cada rodapé
procurando significados.

Vejo felicidade
em cada lenço de papel
dobrado sem sentido

Vejo graça
em cada olhar
e gesto que me fazem

Vejo amor
a cada esquina
por coisas que nem se movem

Posso parecer estranho
mas me sinto bem assim
não desejo mudança

Só depois que enxergar
a simples felicidade
de poder enxergar
ouvir
sentir
e tocar
poderei entender
como poderei ser feliz
de verdade.

Só depois de desfrutar
de prazeres insignificantes
aos olhos de muitos
poderei entender o que é sentir prazer
entender o que é prazer
e como compartilhar prazer
prazeres,
afinal é para isto que sofremos,
vivemos.




não odeio
e sim
agradeço tal
sensibilidade.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mr. Untitled

Tudo está indo em seu próprio rumo
tudo que sempre quis
agora não fica longe
das minhas mãos inocentes.

Esperei
sem ter porque
razão
ou coisa outra qualquer.

E achei em você
toda a explicação
e todo o motivo que precisava
para escrever milhões de palavras.

Nasci de novo,
mas com tudo que havia aprendido
e ainda mais
ainda melhor
do que sempre

Se não me entende
traga alguém que entenda
para mim
faz todo o sentido do mundo.

De primeiro momento
não acreditei na sua profecia
mas agora entendo,
acredito com veemência
e sigo como se fosse um credo.

Faz todo sentindo agora
e me sinto um idiota
por não haver percebido antes
as coisas seriam tão melhores...

Chorar pelo passado
de nada adiantará
não trará ninguém
nada
nem ao menos um segundo perdido.

Apenas
seguirei em frente
e desta vez
tenho certeza
que farei valer a pena

Agora acredito,
nunca é cedo
ou tarde demais
para recomeçar.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Leia-me

As vezes penso na minha vida
como se eu fosse um livro

de ponta cabeça.
Julgado pela capa as vezes
e complexo de se ler
adorado
e odiado.

Poucos perdem seu tempo
acho que sou um livro velho de mais
surrado de mais
e talvez sem graça

Sem uma única história decente para contar
apenas dúzias e mais dúzias de páginas
em branco.

E o pouco escrito
oras, vejam só
é tão confuso
e imcompreensível.
Alguns tentam ler
mas nem abrir o cadeado que me envolve conseguem
e frustrados vão embora
achando que não valeria a pena ter a chave
(hey, está em cima da cômoda)
frustrado e triste
fico eu.

Sem nenhum leitor para rir das minhas histórias
chorar
se espantar
entender
e até me ajudar a escrever um bom final.

Oras, sou apenas um livro

Não me deixe na sua prateleira
do lado da sua meia dúzia de livros
sem sentido
que fizeram tudo por um gole de fama
feitos por autores mequetrefes
que só pensaram no dinheiro.

Leia minhas palavras
elas são de verdade
e pra você
elas tem sentido
use elas pra se levantar
use elas como um abrigo.

Eu sou tudo que você gostaria de ler
moldável
pronto para que você escreva
e junte suas histórias com as minhas
para talvez termos um final
não precisa ser feliz
talvez dramático
enfim, um final
para que com orgulho eu possa dizer:





Leia-me.

Melancolia

As vezes não sei o que sou
ou o que quero
não sei o que procuro
ou do que necessito
mas procuro freneticamente
por algo invísivel.

As vezes acho que procuro sofrer
só para depois me aconchegar
nos meus próprios braços
imaginando os seus
e me confortar
como se houvesse algum fundo nisso.

Com insônia
e frio
as 3 da manhã
procurando um programa de comédia
na minha velha tv
para tentar rir e fingir que
esqueci dos meus problemas.

Não quero mais ficar assim.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

12 Falhas

Palavras pintadas com hipocrisia
dizendo mentiras mal lavadas
o luto sem sentido
a falsa tristeza

Ouvindo suas músicas rídiculas
se drogando
e gostando

O futuro nunca foi tão esperado por mim
para admirar sua depressão
a sua queda me confortará

Se ainda tiver condições de ler
peço que tome cuidado
sua vida está fardada
com decepção
inveja
luxúria.

Tenho pena de te ver assim
mas parece que é o que quer
não quero
nem vou
intervir.
 
A falta de esperança
é tudo que me resta
a sentir

Espero que esteja se divertindo
já que trocou tudo
por tão pouco

Aproveite.

Tocaia

Não minta
não chore
não se/me iluda.

Odeio essa sensação
tudo que quero está
tão perto/longe

Minha vida nunca teve tanto sentido
tudo mudou
e ao mesmo tempo nada

Tudo tem sido tão contraditório
agora posso entender tudo
mas continuo tão confuso quanto antes

Sempre algum detalhe muda
tudo que sabia desvanece
e a dúvida prevalece

Gosto desta
deste
daquela
assim é melhor
desse não gosto.

Prefiro a de ontem
sim.
esta.

Sei que é estranho
mas até me divirto com isto
não importa
valerá a pena
tenho certeza que
será mais difícil
mas será?
fará?
um dia entenderei.
e vocês talvez também

Gosto de observar vocês
discutindo
conversando
chorando
e se matando

Mas de longe não tem mais graça
não quero mais apenas olhar
de longe, nesta penumbra
agora decidi participar
me esperem.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Obrigado.

Agradeço
de coração
este sentimento sinto bem
a gratidão.

Sem vocês seria pouco
quase nada
mas vocês acreditaram em mim
não no pouco que era

Mas no muito que me tornaram
vocês não só me devolveram
todas as minhas qualidades
como me deram novas.

Você,
ela
e ele
vocês três.

Antigamente
acreditava que sabia onde poderia chegar
mas achava que não seria longe

Agora
não sei mais aonde posso chegar
pois o limite que foi feito
está distante dos meus olhos nus.

Não sei como agradecer
pelo desenterro
a não ser escrevendo o meu primeiro
Texto feliz,
por incrível que pareça.


Muito obrigado.

sábado, 18 de setembro de 2010

My last Resort.

Faço o possível
para expressar tanto
o pouco que sinto

Não faço isto por recompensa
apenas por prazer
e salvação

Salve-me
tenho medo
de mim.

Canto músicas sem letras
e dito ritmos de poesias
tudo que digo é complexo.

Mas quando transformo
tais sentimentos em palavras
através da minha antiga caneta.

Me acalmo
e posso dizer que,
sim, estou feliz.

Não corro atrás do certo
atuo obliquamente
distribuindo espetáculo.

Gosto da plateia
mas de poucos dela
gosto de você, você e você.

Jogo estas palavras ao vento
esperando que alguém as veja
e sintam a utilidade delas.

Inútil para você,
pra mim,
mas não para ele e ela.

Não crio
desmonto
e remonto.

Textos quebrados
partidos em mil
por diversos.

Me pergunto
se vocês podem sentir
o mesmo que eu.

O sentimento que ponho
em cada vírgula, ponto e letra.
está sentindo?

Espero que sim
está é minha última esperança
já que,

Dividi minha alma
em textos
esperando por isto. 


este é meu último recurso.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Decepção

Escrevo,
não conto verdades
nem mentiras,
opiniões fúteis.

Desminto
digo
e repito.

Fico parado,
Tentando ouvir o silêncio
que já é tão difícil
e absurdo.

Sendo gentil
com aqueles que na verdade
desejo a morte.

Fingindo ser
tudo que não sou
fingindo saber
tudo que na verdade sou.

Realidade escondida
dentre milhares de mentiras
complicadas de se ver
aos olhos de um leigo.

Escondendo palavras
Acrescentando vírgulas
em uma caixa
perdida na solidão.

Já não sei se tudo que sou
é o suficiente para a rendição
ao pouco que você é,
vejo o futuro
e não sei se desejo impedi-lo.

Não consigo enxergar a verdade
nos teus olhos
não sei se é teu corpo
ou tua mente.

Tudo que sinto é uma miséria
nada é representado
você me diz coisas sem pensar
que me doem
e eu já não sei o que dizer,
fazer.

Sou,
faço,
tento,
nada do que digo
representa tudo que sinto.

Humilde,
mesmo assim
pelo que vejo
estarei esperando
de braços cruzados
cantando a vitória
que nada representa
que não tem bem algum
mas que é inevitável
se não começar a me ouvir
tudo estará fardado
a...

Decepção.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Carente

Carências loucas as minhas
mas tão comuns
sinto-me assim
necessidades bestas
mas que me fazem tanta falta
como o ar que respiro.

Aos poucos
estas privações se tornam
obrigações
e a partir daí
serei uma pessoa mais feliz.

Carente,
de carinho
e não carícias.

de atenção
e preocupação

de hesitação
e não excitação.

Carente,
de amigos
e silêncio.

Medos
e imprudências.

Carente,
de areia aos pés
e sal no corpo.

ideias
e loucuras.

Carente,
de bom humor
e respeito.

de solução
e precaução.

Carente,
e não falo quanto ao meu corpo
falo quanto a minha mente,
extremamente carente.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Today

Talvez
exista sim alguma coisa
lá fora.

Por trás destas coisas idiotas que falamos
não importa mais quem está certo
você pode lutar pela razão
eu não ligo mais.

E se o mundo terminar amanhã
sei que não vou me arrepender
daquilo que não fiz.

Posso parecer milhares de coisas
mas sei ao certo quem sou
e eu irei prevalecer
não importa se será com ou sem você.

Isso é injusto, o sol não brilha só pra mim
Aprendi, todos realmente somos iguais
o que nos fará diferente são os caminhos que tomamos
e nem me importo se você pegou atalhos,
devagar chegarei tão longe quanto,
ou até mais longe que você.

Dinheiro, política, saúde, segurança.
Sim, existem muitos problemas
mas sou adaptavel a tudo
e todos
então
sem precisar dizer 'foda-se'
esquivarei de tudo que virá tentar me acertar.

Não quero mais ficar noites sem dormir
por falta disto ou daquilo
não vou ficar perdendo meu tempo.

Gostaria de mudar isto
ou aquilo
mas o que foi feito está feito
não vou me arrepender.

O mar de rosas que você espera já não é garantido
eu sempre estarei aqui, sim
mas o aqui, não ficará aqui para sempre.

Sempre tive escolha
mas não conseguia dizer
o quer era certo
ou errado
apenas achava que no final teria algum sentido.

Hoje é o melhor dia que já vivi
não quero esperar até amanhã
entediado pela rotina
Agora entendo
existe sim vida lá fora
e é pra lá que eu vou.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sadness, Grief, Loneliness and Sorrow.

Não que eu queira,
eu até quero
e gosto
mas não tanto assim
tudo de uma vez.

Isso sempre acontece
mas eu nunca aprendo
sempre acredito
e me arrependo
sempre reagindo da mesma forma
nunca vou a lugar nenhum.

Aos poucos
entendo
pouco
a pouco
e pouco entendo
culpa sua
nossa
minha
dela.

Mas é para isto que foi feito,
fui feito.
Mas já não é o que desejo
e agora não posso parar
mesmo que queira
e nem sei se quero.

Não posso fazer isto
simplesmente não posso
tudo que faz parte de mim deseja
mas meu orgulho não aceita
reprimido, escrevo.

Nunca fora tão difícil
Nunca fora tão sincero
indigesto
incrível.

Meu adjetivos já não fazem mais sentido
não é de se estranhar
nem sei ao menos o que elogio
ou detesto
nem como faço isto.

Acanhado
sem poder dizer tudo que eu quero
me escondo
sem poder tomar as atitudes que desejo.

Não tenho mais vontades
rodeio tudo com pronomes negativos
em uma língua que nem entendo
apenas esperando o tempo passar
este que custa a passar.

Não sei se é verdade
apenas penso
e digo
nem sei mais
se faz o mínimo sentido.

Escutava diversas músicas
procurando letras
com as quais me identificasse,
não consigo mais
uma sequer
se encaixa em mim.

Vejo diversas vezes o prazer
me dá um gosto de felicidade
mas já dura tão pouco
não consigo nada sustentável.

triste,
surreal.

Quem sabe no próximo inverno.
Até lá estarei pronto, ou não
por enquanto tudo que sinto é
Tristeza, dor, solidão e pesar.

Bom trabalho,
continue assim e
talvez
você verá
a raiva que predominará
ou
as lágrimas
que tanto quer.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

S.o.S. - Save our souls

Andando devagar
ouvindo a música velha e chata que toca naquele velho carro
protestando em minha mente
política, sistema e toda essa gente.

Gritos abafados
nada mais adianta
o sistema joga todos ao chão
e diz para que não levantem.

Uma vez a cada quatro anos
Sinto a mesma coisa
Hipocrisia pintada na tela da minha televisão antiga
nos meus canais abertos e miseráveis

Falam tanto
Escolhem a dedo quais mentiras querem
'Eu minto sobre esta e esta'
'Saúde é minha favorita'

Dizem tantas coisas que foram feitas
e que nada mudaram
todos sorrindo e dizendo que está tudo bem
sem nem pensar nas pessoas que estão chorando em casa.

Obedecendo ordens de não sei quem
pagando por tudo que se tem
o povo já não sabe para onde vai nem de onde vem
sofrendo nas mão de alguém

Aqueles que estão em suas mansões
comendo as putas mais caras possíveis, sofrendo por dinheiro que eles roubam
enquanto eles estão cuspindo na cara daqueles que acreditaram neles
o povo vai vivendo como cão ou pior

o brasileiro já não tem esperança
esperando a cura pelas mãos daqueles
que só carregam chamas




'Entra Fernando saí Fernando e quem paga é o povo
Que pela falta de cultura vota nele de novo
e paga caro, com o corpo e a alma
e entrega nas mãos de um pastor pra ver se salva

com a barriga vazia não consegue pensar [...]
[...] Gafanhotos nunca tomam de quem tem
Predadores, senhores que mentem
esperem sentados a nossa rendição
nossa vitória não será por acidente.' (Planet Hemp)