quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Décima Nona Primeira Vez.

Dezenove vezes
e agora não chego a comemorar
é uma data triste
cheia de explicações.

Meu presente é um banho
de nostalgia
ando entre os anos passados
e aprecio
e lamento.

Afinal, nem tudo sempre foi
como eu gostaria que fosse
tudo sempre caminha
como deveria ser.

Deveria,
mas nem sempre será
agora tenho chances
de mudar o destino.

Dezenove Lágrimas,
choro pelo tanto que passou
e pelo pouco que sei.

Dezenove Amigos,
lembro-me de cada um
e cada um, que se lembre de mim.

Dezenove Chances,
desperdiçadas
seguidas de maldizeres
ao vento.

Dezenove Medos,
e já tenho medo do vigésimo
muito medo, de sentir medo.

Dezenove anos,
muito para uns
pouco para se contar.

Já começo evitar a comemoração
fecho os olhos
e finjo que não é comigo
quem sabe assim eu não envelheça
possa deixar meus pensamentos
envoltos em formol,
conservados,
para que todos possam vê-los

No final,
quem comemora não sou eu
esta data sempre me lembra
de coisas tristes
me traz nostalgia,
medo
e apreensão.

Mas não faz mal
é apenas uma vez por ano
talvez ano que vem eu esteja melhor
e possa aguentar essa pressão











Trouxe meu presente?
Ah, era exatamente o que eu queria!
Parabéns pra mim!
antes que eu me esqueça.

sábado, 23 de outubro de 2010

Outrora.

Outro dia
outra vida
outra dor
outra pessoa.

Tudo que eu nunca tinha visto
vejo agora, tudo de uma vez
em estado de choque, mal escolho
escolho mal.

Minhas memorias estão mortas
a mostra
a quem quiser ver
e comprar
estão a venda, são muito valiosas.

Outro lugar
outro sentimento
outra lágrima
outra encenação.

Tudo que eu já tinha visto
vejo agora, tudo de uma vez
em estado de choque, mal escolho
escolho mal.

Eu matei minhas memórias
e mostro
a quem quiser ver
e levar
não tem valor, não há quem queira.

E é como se tudo conspirasse
pra acabar comigo
desde vocês
às nuvens no céu.

Já não sei qual é minha proteção
ando com medo
com medo vivo
com medo sobrevivo.

Outra música
outro telefone
outro eu
outro você.

E eu já não sei onde moro
minha casa parece tão longe
e lá não repouso
é cheio de dor.

Mal durmo
durmo mal
as noites conspiram
pra acabar comigo.

Outro carinho
outro amor
outra graça
outra gratidão

Tudo o que queria ter visto
vejo agora, tudo de uma vez
e em estado de choque, mal escolho
escolho mal.

Mataram todas as minhas memórias
e roubaram o resto
queria ao menos poder mostrá-las
mas não me lembro de nada.

E é tão difícil pra mim
entender o porque
é tão difícil
pra mim poder ver...

Me sinto mais forte
mas sinto os perigos crescendo
proporcionalmente
estou mal acompanhado.

Saio de casa
esperando a chuva
pra que eu possa ouvir seu barulho
e me acalmar
as consequências não me reprimem
apenas quero sair e me molhar
apenas quero os seus braços
e o seu olhar.

Volto pra casa
esperando você voltar
para que eu possa ouvir a sua voz
e me acalmar
as consequências não me reprimem
apenas quero lhe falar
apenas quero meus braços em ti
te olhar e te adorar.

Gosto daqui
quero a sua voz
me dizendo coisas engraçadas
pro resto da vida
quero que me toque
e não quero que me esqueça
quero te amar
e que nosso amor nunca desvaneça.

Gosto daqui
quero a sua voz
me dizendo coisas tão sérias
pro resto da vida
quero te tocar
pra que eu nunca te esqueça
quero te amar
e que nosso amor nunca desapareça.

Não gosto daqui
gosto de você
não me sinto mais
mal acompanhado
vamos para
outro lugar...

Outro texto
outro lamento
outra frase
outro jeito.

outra hora
outro refrão
outro amigo
outro perdão.

outro orgulho
outra honra
outra besteira
outra raiva.

outra noite
outra admiração
outra dúvida
outra compreensão

outra lei
outro pedido
outra exposição
outra exceção

outro julgamento
outra incompreensão
outra mentira
outra execução

outro herói
outra angústia
outra esperança
outro argumento.

outra voz
outra linha
outro caminho
outro final

outro hoje
outra atitude
outro amanhã
outra plenitude.

outro passado
outra memória
outra nostalgia
outra discórdia.

outro poeta
outra ousadia
outra rima
outra poesia

outro conceito
outro prazer
outro inimigo
outro maldizer.

outra desculpa
outro arrependimento
outro pensamento
outro apodrecimento.

outra loucura
outro remédio
outra vez
outra cura

Outro tempo
outro Thiago
a partir da mácula da submissão
à pura compreensão.

Outrora
outro ódio
a pártir da mácula da discórdia
à pura perfeição.

Outro leitor
outro sentido
outro verso...





... Ou todo este texto inverso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sobre.

Sempre volto aqui,
sem uma história feliz a contar
empunho melodias tristes
que lacrimejam os olhos
e frases dignas de velório
frases que fazem todos chorar.

Escolhi os piores vícios
e pago todo dia por isso
escolhi as drogas mais fortes,
as mais difíceis de se obter
as mais difíceis de se abster.

A dor que deveria sentir é enorme
enquanto ainda estou entorpecido não sinto
mas amanhã, será insuportável
não sei se poderei abrir os olhos.

O preço é alto
mas, já fora da minha consciência
pago,
mesmo sem ter.

Tu ceifa minha alma
e leva contigo
pedaços de mim
que valiam mais do que pernas
ou braços
e eu não discuto
ajudo a serrar
ajudo a cerrar
tudo e mais um pouco
pela minha paz interior
que já é utópica.

Que eu mesmo não deixo acontecer
e te culpo
e me culpo
como se apontasse o sangue
nas mãos,
o meu sangue...

Perco horas
e horas
pensando sobre
já não quero mais
e agora,
talvez,
sim, talvez.

Contínuo perdido
sem rumo
sem condução
preciso de uma ajuda aqui
espero que seja a sua mão
que seja estendida à mim.

Não quero simplesmente
o mesmo caminho de todos
por este já andava
e me perdi,
não por acaso.

Procuro a saída
a saída que contenha um final
um final decente
não quero o mesmo caminho de todos,
o caminho decadente.

Eu sei que você não sabe chegar lá
apenas me leve contigo
ficar parado aqui não é uma boa ideia
somos presas fáceis
melhor andarmos...

Não aguento mais ficar parado
não aguento mais a solidão
Quer tentar?
Ok, vamos conversar sobre.

domingo, 17 de outubro de 2010

Lúdica Loucura.

Quando era jovem
talvez tenha sofrido de mais
ou pelo menos
apaguei todos os momentos bons da minha mente
e guardei apenas os ruins.

Prometi a mim mesmo
que nunca amaria
e muito menos escreveria sobre
amor.

Talvez eu saiba
em algum lugar
que não posso resistir a isso,
nunca pude.

Gostaria de ficar
mas não posso,
de verdade.

É necessária muita coragem
mas talvez
não seja o suficiente
talvez tenho vivido do jeito errado
e aprendido a amar
a solidão.

Gostaria de transformar pronomes pessoais...
erradicar o 'eu'
e o 'tu'
e transformar tudo em 'nós'.

Você me mudou
me transformou em algo
que nem tenho certeza
se é melhor do que meu eu antigo
mas eu gosto
felizmente
ou infelizmente.

Já não sou o mesmo...
venho odiando a esmo
rogando pragas
e maldições
a todos que vejo na rua
parece que nada mais faz sentido
não gosto mais de nada
nem de ninguém...
você é a única exceção.

sábado, 16 de outubro de 2010

Pseudo-ideal

Desperdício...
E eu já não sei mais se aguento
a realidade não me atraí
prefiro o mundo que eu mesmo criei.

Vivo mais lá
do que aqui
alimento-me até dos pesadelos
e não descanso durante o sono.

A lua inveja o número de fases
que eu vivo
mas já não sei qual o sol
que as muda.

Vivendo de juras
e promessas
esperando o que julgava impossível.

Já não sei se as lágrimas me aliviarão
ou se a raiva me sustentará
nada mais me dá prazer
não sinto a mínima emoção.

Esperando,
roubaram o brilho de tudo
e juntaram num lugar só
inacessível.

Me sustentando pelo pouco que recebi
ansioso,
alimentando falsas esperanças
já não entendo mais,
minha vontade era apenas acelerar o relógio
e observar as horas passarem
para não sofrer tanto
pelo tempo que demora a passar
não sei direito
me leve para qualquer lugar
apenas não me deixe mais aqui
eu faço mal à mim.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

18 sonhos.

Não tenho culpa
se meus sonhos
são um tanto quanto
sádicos.

Não há mais maneiras de resolver isso,
vejo coisas tão estranhas
pessoas sacrificando tanto
por tão pouco.

Indignado,
tantas pessoas
se matando
por um bem não tão maior.

A confiança já não existe
e atiramos em nossos próprios pés
para ter uma corrida mais emocionante
sobre os espinhos que nós mesmos colocamos.

Não tenho culpa
se vivemos de um jeito tão
sádico.

Inconsequêntes,
pisamos em nossos melhores amigos
para conseguir prazer.

A esperança já se foi
e só nos restou ódio e desejo
por vingança.

Não tenho culpa
se a vida é tão
sádica.

Derramamos sangue
por menos que dinheiro,
há um fundo de prazer nisso

Hipocrisia,
pintada e bordada
pelo tal sistema
em nossos rostos,
cartazes ambulantes
propagando o que mais odiamos.
Não temos mais saída
e eu apenas fecho meus olhos
e te levo junto
para os meus sonhos
que, mesmo sendo sádicos
soam melhores do que viver...
Escolham suas armas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

12 linhas.

Me confundo
e confundo à todos
nada explico
apenas desminto o pouco que sabia
sabiam
e agora ninguém mais sabe
nunca souberam na verdade
não precisam saber
a ilusão prova seu valor.

Perdido nas minhas próprias incertezas
afundadas pelas mágoas
que causei
e que me foram causadas
não há perdão que redima
o que nos foi feito
apenas levante-se do chão
seus joelhos estão sangrando.

Perdido nos meus próprios sentimentos
afundados pela razão
infundados por razão
discutindo o melhor caminho.

Emoções que batalham,
mas de emoção
não me movo
pelo pouco que sinto
senti
essa batalha talvez nunca tenha sentido.

Afogado em mentiras
pedindo para respirar verdades
guardadas em cartazes
que todos podem ver
mas ninguém deseja ler
pedindo conselhos
para amassar
e me confortar,
desumilde.

Me mostre como se vive
não procuramos as mesmas coisas
mas talvez tenhamos interesses em comum
você parece gostar da situação
não me incomodo
apenas continuo
como sempre sou.

Não me importo
continuo a escrever todos os meus milhares de livros
de uma só página
não me importo com mais nada
jogo gasolina em tudo que fiz
e espero a faísca...
trágico.

Torcendo pela sua pena
agindo de surpresa
pegue toda sua expectativa e jogue no lixo
tudo que espera de mim
não é o mínimo que faço
você me subestima
enquanto deveria superestimar
você me vê jogado
e no final eu subestimo você.

Não quero mais o final feliz
não trabalho por objetivos
apenas quero desfrutar
cada momento
e ver tudo e todos
morrendo e sobrevivendo
miseravelmente
enquanto acham que estarei na linha de frente
estarei apenas aqui
de longe
tomando minha dose
de sarcasmo
apenas assistindo
os seus castelos malfeitos
desmoronarem ao meu sopro
rindo,
com um toque de pena, desgosto
e prazer.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Companheirismo

Hey, você...
Por que motivos está socando paredes?
Parece que quer chorar
e nem isso consegue.

Que fracasso,
começo a ter certa dó de você
é uma pena...
não fique nervoso comigo
se não gosta que tenham pena de você
saia desse seu estado
frágil e idiota.

Droga!
Não me diga que não avisei
foi você quem quis
você vai sofrer sim
mas valerá a pena
não desista
eu sei que é difícil
mas eu ainda acredito em você

Não me venha com essa
de que não pode aguentar
pode sim
e irá
se você não consegue
eu também não consigo
calma,
sairemos juntos dessa
e com a vitória.

Afinal, por que está assim?
Parece que mataram tua alma
e teu auto-controle
parece que lhe tiraram tudo que gostava
e deixaram apenas o desgosto
me diga quem foi...
procuro vingança.

Me diga, por que está sentado num canto escuro
criticando as paredes
e contendo seus sentimentos
fazendo seus sentimentos brigarem
e deixando apenas os piores se revelarem
me diga, diga de uma vez!
me diga o que foi...
procuro distância.

Parece que não pode nem dizer
rídiculo, rídiculo, rídiculo!
Nem seus sentimentos pode mais controlar
nem ao menos dizer
aliás, acho que você nem sabe mais o que sente
não sabe o que procura
não sabe nem mesmo o que é
não sabe nem o que eu sou.

Acho que você precisa levantar
por mais quebradiço que esteja
não faz bem pra você
ficar discutindo contigo mesmo
saia daí e venha comigo.

Pare de se lamentar
não é e nem nunca foi culpa sua
não pense em chorar
meus ombros não lhe apoiarão.

Eu sei, eu sei
conheço a tua história de cor
de trás para frente
conheço a ti
mais do que conhece a si mesmo
mas não é justificativa suficiente
para o seu estado.

Não me venha com desculpas
justificativas
não importa de quem é a culpa
quando te conheci
você lutava mais pelos seus princípios
agora, por nada ou tão pouco
fica jogado
sem saber o que fazer.

Resista,
lute,
mostre pra mim
pra ele
e pra ela
não...
mostre a todos
o teu verdadeiro eu
mostre a todos aquele que eu conheci
mostre a todos aquele que eu amo
mostre a todos nosso verdadeiro potencial
mostre a todos o Thiago de verdade
e só assim, eu poderei descansar
quero a tua felicidade tanto quanto Thi.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pessimismo.

Desgosto,
não quero mais escrever sobre política
nem sobre mim
nem sobre você.

Solidão,
sinto um enorme vazio
tão vazio...
sinto como se não sentisse
e no fundo nada sinto.

Tédio,
sempre volto para o mesmo lugar
escutando a mesma música
conversando com as mesmas pessoas.

Saudades,
não que antes fosse melhor
apenas queria alimentar minha nostalgia.

Angústia,
Todos dias são iguais
tento torná-los diferentes
mas a custo de que?

Sofrimento,
sempre sei como vai terminar
mesmo sem saber o que vai acontecer.

Aflição,
acho que estou viciado
e sofro por antecedência
por não poder me drogar.

Impotência,
nada posso fazer
a não ser assistir
deslumbrar a queda
do nosso castelo de cartas

Ignorância,
completa
parcial
e nua.

Acho que isto é só mais um pedido de socorro
de um reles humano
que merece ser esquecido
por não saber esquecer

Não, não encoste em mim
eu levanto sozinho
meu orgulho me fere
e com insegurança
digo que posso continuar, não mais.

domingo, 3 de outubro de 2010

Apatia.

Não sei como
chegou a este ponto
mas, chegou.

Não pude evitar
por mais que eu não quisesse
nunca quis.

Não sei dizer ao certo
as vezes você é tudo
as vezes não é nada

Fico me perguntando as vezes
o motivo da reverencia à você
as vezes acho que deveria ser ao contrário

Fico pensando
pensando até de mais
até se você pensa tanto como eu

Pesando bem
não quero uma explicação
a dúvida tem um sabor agradável

Poderia deixar de ligar
mas não quero
acho que no fundo gosto

Gosto...
gosto tanto de você
e guardo tanto disto pra mim
te mostro tão pouco
chega a ser boçal.

Apenas palavras
palavras cortadas ao meio
pelo medo
pelo receio
do que irá acontecer
me sinto péssimo com isto
mas é tão difícil mudar...

Não sei...
apenas é difícil
gostaria de dizer, mostrar e fazer mais
mas ainda é complicado
você me confunde tanto
que não consigo pensar
em como agir...
 
Você merece tanto
e lhe dou tão pouco
quando te vejo
você não vê
nem um terço dos meus sentimentos
e é inconsciente que grito seu nome
com toques de amor.