quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meia estrofe.

Dezesseis e
uns pensamentos idiotas;
Pensei em esquetes
dignas de filmes
americanos,
isso afaga meu ego.
Mas é melhor deixar
tudo isso ir embora
com o vapor do
chuveiro.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

El Melech Neeman.

Pode até parecer clichê
mas é realmente
assim que eu vejo as coisas.

Escrevo mal, hoje
numa letra feia,
vermelha
banhada pelo escuro.

Minhas únicas
fontes de luz
são o centro da fogueira
que eu reacendi sem ninguém saber e
um cigarro que eu nem tenho.

O desenho da sombra
na fumaça me inspira
enquanto eu vejo a
minha vida queimar
como uma madeira velha.

Certo que certas coisas
ainda me tiram do sério.

Crentes que não sabiam rezar
católicos que só sabem rezar.

De nada adianta só rezar,
hipócritas filhos da puta
com atitudes banhadas de
pura empáfia.

Quatro palavras, eu
escrevi numa folha velha
de um caderno, escrevi a data e
me disseram para que jogasse
na fogueira.

Nunca quisera tanto
algo e via a
tinta e o papel
queimarem, devagar
enquanto eu desejava
para sabe lá quem
atender meu pedido.

O frio virou calor.

E de tudo que tivera ali
sobrou apenas
um guri,
a fogueira,
a cadeira torta e
uma garrafa de vidro.

Não consigo explicar
por mais que eu tente
o porque de eu amar tanto
o fogo
ou
porque eu
amo tanto
tantas coisas
que eu não deveria amar.

Esta noite não dormirei,
a noite passada também
não dormi e
nem a anterior.

Parei de escrever
pra tomar um gole
e ver o fogo, ele
consumia a madeira
da mesma forma que minha
alma era consumida.

Quis ligar pra ela
só pra dizer
que eu cheguei
bem, mas
me frustrei e
ao invés da voz dela
me sobrou o estalar
da madeira e
o barulho do cachorro
quebrando ossos
que sobraram do almoço.

Sentaram ao meu lado,
mas eu disse que só ia
quando só restassem as brasas.

Disse pra eles
que estava tranquilo e
estava mesmo, talvez
nem precisasse
mentir no dia seguinte.

Todos tinham me
olhado com
choque e indignação
e talvez eu realmente
não faça parte
de tudo isto.

E talvez eu
não faça parte
de nada.

O escuro tomou conta do local
quando a madeira acabou
alguns quadros
caíram, culpa do vento.

Fiquei com medo, mas
o cachorro cansou
de seguir os gatos e
veio lamber a minha pele
laranja e quente;
Sentou
lealmente ao meu lado
e olhou pra mim
com sua sinceridade
cor de mel
e talvez
tivessem atendido o meu pedido.

Disse pra ele
que era melhor
eu parar de pensar
e ir descansar
antes que de mim
também sobrassem
somente as brasas.

Dei mais um gole
verdadeiro e
um
trago imaginário
mandei um beijo a todos
que me acompanhavam por ali.

A noite era escura
a fumaça tinha parado e
a luz também se fora, só
se viam os borrões e
as estrelas.

Senti de novo o que
tinha pedido e
uma certa calma
tomou conta de mim,
por mais que
soubesse
que iria sofrer
mais um pouco
durante aquela noite.

Um tributo final
à fogueira, que merece
comida pela paciência
e eu vou fingir um pouco.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Don't let me fall.

Uma semana
que não sinto
o prazer
de fechar os olhos
por mais
que um piscar.

Todos me olham
com rostos de
zumbis.

Converso sozinho
com as paredes e
todo o resto.

Um sorriso cínico e
os olhos
arregalados.

Todos me olham
com sorrisos
nos seus
respectivos rostos.

Alguns me
chamam de
gênio
outros
me chamam de
louco.

Existe uma linha tênue entre a genialidade e a loucura,
e essa linha tênue é exatamente que
o gênio é
gênio e
o louco é louco.

E eu fico passeando entre os dois.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Busy soul.

Me perguntaram
o que eu tinha
para escrever hoje.
Nada,
mais que
nada.

Você pode
seguir a sombra
ou tornar o show
famoso.

As sombras
que eu costumo ver
andam me incomodando e
dizem que isso é
problema que eu
tenho na minha
cabeça.

O guri disse
que queria ser eu
quando crescer, desculpe,
impossível.

Me perguntaram o que eu podia
ser
e o que eu
podia representar.
Tudo.

Sonhei que
chorava, mas
meu corpo
já não chora há muito.
Já a minha mente
é outra folha.

Eu não durmo e
não paro em casa,
já quase casamos com
as essências e
as garrafas de vodka.

Mais um risco no
banheiro, com sangue e
já somamos quase
uma dezena.

Me perguntaram
da onde eu vinha
e como
eu tinha um
pulmão tão
grande e
fodido.
Tocaram umas
músicas no
violão,
até cantei -
só porque era
udr -
até
encantei, mas
não deixam de
perguntar porque
meus
dentes não aparecem.

Hey,
você não consegue
sentir a minha
solidão, hey
você não pode
me sentir.

Você só sabe
passar os olhos
por cima de mim.

E eu não
posso
pegar o
último pedaço.

Eu sou só
um projétil
de uma arma
enorme, disparado
em direção ao nada.

Admito que
gostei do eclipse, uma
pena que faltaram
dois reais.

O whisky
se multiplicava na minha mão e
a fumaça se
multiplicava
na nossa frente, bem
que ele disse
que sabia que
podia contar comigo.

E é sempre a pessoa
que eu menos espero
que levanta
a podridão
que é meu ego.

Eu nunca me chamei
de escritor e
é isso que ninguém entende,
escrevo
meu texto egoísta, auto-
centrista e
não me julgue e
pau no cu do Coelho e
daquela Meireles,
eu nunca disse que seria a
próxima Clarice Linspector ou
o próximo Bukowski.
Sou só um
merda e
com sorte serei o
próximo
Kowalski.

Sou só
um cara com
medo do
que não existe e
que foge
prum mundo
de esquetes e
é pra lá que estou indo agora
provavelmente e
com sorte talvez
eu morra por lá.

O cheiro
simplesmente
desbotou,
tome um banho
de perfume
ou tome no cu.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Gato sem botas.

A metade
do coelho
me disse que
verde não combina
com meus olhos.

Mas não há muito o que combinar,
meus olhos
já combinam
com meus pensamentos, oras.

Disseram
que eu estava bêbado demais,
imagine se meu pai soubesse disso?
Seria trágico.

Mas foi de um
cara mais bêbado que
eu, que
recebi tantas tentativas
de beijos e
não pude falar o que
gostaria, pois
seria uma grande mentira.

Imagino se
acendesse meu
isqueiro, tudo
se explodiria.

Admito que
gostei dos dela, mas
no meu sonho era diferente.

Me disseram coisas óbvias
no almoço, mas
todos estão
orgulhosos do
orgulho que ando tendo.

Descobri que isso tudo
não era só por um
motivo.

Mas
ainda era por um só
motivo que eu fazia
muitas coisas.

Me fizeram
repetir a mesma
pergunta por
uma dezena e meia
de dias e
eu ainda não
aprendi, sou
péssimo nisso.

Podem me chamar
de Thompson.

Pesadelos
com figurantes
da família e
me interromperam
no melhor sonho, se
bem que o cabelo estava
diferente, isso
me deixou uma pequena
dúvida, ainda
mais pelo que me disseram
ontem.


Mas disso tudo eu sabia
e nem gostaria.

sábado, 11 de junho de 2011

Pretty sweet.

Como se
um porcento
fosse me deixar
milionário.

Sou só
um estudante
e eu sinto
pelos passarinhos
e pelo
gatos que
o senhor matou.

A sua simpatia
lembra a senhora
que está
com a boca costurada.

- O que é isso branco,
na sua barba?
- Desgosto, mrs. Regina.

A história é
mais ou menos essa e
as palavras
que espero ouvir
pra melhorar
nunca serão ditas,
ponto final.

Claro que não e
este isqueiro nem é meu,
diga ao professor
e ao vendedor
da editora que
eu gosto de critícas.

Desculpe,
mas esqueci o seu nome, é
porque ele fede
assim como você.

Meu narcisismo é tanto
que feriram meu orgu-
lho só
por escreverem errado
junto com
os outros, que nojo.

A sua ideia é até boa
mas me falta vontade e
eu sei que isso
é trágico.

O charme
da sua dopada candura
me encanta, mas
isso é só
na minha imaginação.

Um cego desarmado
numa guerra, sem
o que comer, é o que
eu sou.
Pobre de mim.

Bom final de semana;
Anda sendo
deveras complicado
não dizer o que penso e
tenho até medo de
babulciar
as merdas psicopatas que penso.

Essa música
era minha e
eu nem tinha ouvido
ainda, pare
de me olhar desse jeito,
seus olhos de plástico
me entristecem.

O cigarro e
a parada na padaria,
realmente
o que você disse
há uns tempos
tem sentido,
apesar da
insignificância da sua
existência.

É lógico
que me importo,
mas o que eu poderia fazer?

Foi na época
do marido dela
que se podia
ter uma
winchester vinte dois.

Não a culpo pela
idade, não
o culpo pela
burrice e
não a culpo
por me adorar e
nem pela sua cara de travesti.

O outro guri, deixo quieto,
ele é simpático.

Ninguém me disse
que seria falta
de educação
queimar a palavra
na frente de todos.

Mas eu queria dividi-la
e ninguém
me entendeu,
ninguém.

Pelo que sei
os médicos são melhores do
outro lado da rua,
se fosse eu abriria
um salão.

Mas nem sou um cigano,
droga.

Vou verificar
se minha
mensagem chegou e
se não
vou ir até lá
para cantar tudo que li
e eu tenho
certeza
que todos por lá
iriam me adorar, há.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Agridoce.

Ele jurou que era
drama quando
eu disse, mas
eram dez e quinze
e eu já
estava com a cabeça
onde não devia e
estava sofrendo só pelo
medo de sofrer.

Acordei e
mudei o toque do meu
telefone, só
porque amo quando
você liga e
o outro
toque é
rústico demais, este
eu gosto de ouvir tocar,
mas sei
que ninguém vai ligar.

Vi o Gran Torino
de Walt Kowalksi
só pra tentar
esquecer
o quanto eu
lembro dela.

E agora
não sei o que
faço com
essa barba mal feita e
talvez eu
simplesmente não ligue,
do you have light?

Eu tenho dezenas
de rascunhos e
não publico mais
texto nenhum...
Por um problema
com a temática deles.

Meus ombros,
especialmente, estão doendo.
Mas finalmente, desta
vez não é pelo excessivo peso
que eu sempre coloco
em cima deles.

Meus pensamentos
são de ontem, são
de hoje e
até de daqui a dez anos, mas
eu sempre gosto
de me imaginar com
a sua companhia.

E eu temo tanto
a sua ausência
que não consigo
explicar
porque estou tão
chateado, ainda
apenas pelo medo
de ter medo, é
ridículo, idiota,
eu sei.

E eles ficam perguntando
quando eu vou
gastar meus cem reais e
poxa, talvez nem gaste.

Um idiota,
movido por coisas idiotas:

Um sorriso azul,
a pele de neve e
o cabelo de sangue.

Maio, já
acabou e
será que
vou ter que
tentar de algum modo
acabar com junho e novembro?

Quando finalmente
comecei a sentir frio, parece
que, substitui todas essas
merdas
por suspiros, que
todos acham que
é de ódio e cansaço, talvez.

Ontem descobri o
óbvio e
parece que
eu não sirvo pra rir e
o filme de comédia
me fez sofrer muito mais
do que o filme de drama.

Agora estou confortado,
mas parece
que precisarei pintar
as paredes do meu quarto.

Talvez eu
simplesmente
me acostume
a não dormir mais,
talvez aprenda a tomar café e
talvez não aconteça absolutamente nada,
só por eu ficar uns tempos sem poder sonhar.