segunda-feira, 11 de outubro de 2010

12 linhas.

Me confundo
e confundo à todos
nada explico
apenas desminto o pouco que sabia
sabiam
e agora ninguém mais sabe
nunca souberam na verdade
não precisam saber
a ilusão prova seu valor.

Perdido nas minhas próprias incertezas
afundadas pelas mágoas
que causei
e que me foram causadas
não há perdão que redima
o que nos foi feito
apenas levante-se do chão
seus joelhos estão sangrando.

Perdido nos meus próprios sentimentos
afundados pela razão
infundados por razão
discutindo o melhor caminho.

Emoções que batalham,
mas de emoção
não me movo
pelo pouco que sinto
senti
essa batalha talvez nunca tenha sentido.

Afogado em mentiras
pedindo para respirar verdades
guardadas em cartazes
que todos podem ver
mas ninguém deseja ler
pedindo conselhos
para amassar
e me confortar,
desumilde.

Me mostre como se vive
não procuramos as mesmas coisas
mas talvez tenhamos interesses em comum
você parece gostar da situação
não me incomodo
apenas continuo
como sempre sou.

Não me importo
continuo a escrever todos os meus milhares de livros
de uma só página
não me importo com mais nada
jogo gasolina em tudo que fiz
e espero a faísca...
trágico.

Torcendo pela sua pena
agindo de surpresa
pegue toda sua expectativa e jogue no lixo
tudo que espera de mim
não é o mínimo que faço
você me subestima
enquanto deveria superestimar
você me vê jogado
e no final eu subestimo você.

Não quero mais o final feliz
não trabalho por objetivos
apenas quero desfrutar
cada momento
e ver tudo e todos
morrendo e sobrevivendo
miseravelmente
enquanto acham que estarei na linha de frente
estarei apenas aqui
de longe
tomando minha dose
de sarcasmo
apenas assistindo
os seus castelos malfeitos
desmoronarem ao meu sopro
rindo,
com um toque de pena, desgosto
e prazer.

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