sábado, 27 de novembro de 2010

Mil e dezenove monstros.

É difícil eu me sentir sozinho
criei tantas personalidades
que elas já conversam entre si.

Mesmo que você não esteja aqui,
você esta aqui,
você está em mim.

Colhi aquela, aquele e aquela,
por necessidade,
e agora pago,
não sabia que o aluguel era tão caro.

Mesmo sem saber porque,
eu estou assim,
eu estou aqui.

O logo nunca fora tão longo,
e meu corpo se confunde,
não sabe se grita ou chora.

Ninguém sabe,
ninguém entende.

E todos apontam
e me chamam de louco,
eu tento explicar,
mas me sinto falando outra língua.

as pessoas me acham estranho,
e eu ficava gesticulando
e gritando
como se precisasse
de algo ou alguém
que me entendesse.

E me diziam asneiras,
trabalho, amor e família,
e eu via o vazio em todos.

E me perguntavam,
porque deseja ser assim?

Eu sempre pensei que não tinha escolha,
havia nascido e me tornado daquele jeito,
mas agora eu sei, agora eu posso, agora eu quero
responder.

Se me chamam de aberração,
logo digo que sou imortal.

Sou imortal,
mas posso morrer aos 40
de câncer, aids ou diabetes.

Sei que afasto todos que me vêem,
mas aqueles que me ouvem,
me carregam consigo.

Posso ser uma aberração
e pode ser por isso
que eu marque tanto a vida das pessoas.

Você pode odiar pessoas como eu,
você pode amar pessoas como eu,
isso eu não sei,
mas tenho certeza que minha passagem será marcante
e provavelmente interessante.

E enquanto eu estiver vivo na lembrança de alguém,
estarei vivo para alguém
e no momento,
é isso que importa.

Pois isto é o que sou,
arrogante,
egoísta,
meu melhor companheiro sou eu.

Complexo,
estranho,
a carta perdida do baralho,
a peça que lhe falta.

Fútil,
importante,
o desejo irrelevante.

Contráditório,
constante,
o de sempre,
que muda a cada instante.








A aberração total,
o monstro imortal,
temei.

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