quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Décima Nona Primeira Vez.

Dezenove vezes
e agora não chego a comemorar
é uma data triste
cheia de explicações.

Meu presente é um banho
de nostalgia
ando entre os anos passados
e aprecio
e lamento.

Afinal, nem tudo sempre foi
como eu gostaria que fosse
tudo sempre caminha
como deveria ser.

Deveria,
mas nem sempre será
agora tenho chances
de mudar o destino.

Dezenove Lágrimas,
choro pelo tanto que passou
e pelo pouco que sei.

Dezenove Amigos,
lembro-me de cada um
e cada um, que se lembre de mim.

Dezenove Chances,
desperdiçadas
seguidas de maldizeres
ao vento.

Dezenove Medos,
e já tenho medo do vigésimo
muito medo, de sentir medo.

Dezenove anos,
muito para uns
pouco para se contar.

Já começo evitar a comemoração
fecho os olhos
e finjo que não é comigo
quem sabe assim eu não envelheça
possa deixar meus pensamentos
envoltos em formol,
conservados,
para que todos possam vê-los

No final,
quem comemora não sou eu
esta data sempre me lembra
de coisas tristes
me traz nostalgia,
medo
e apreensão.

Mas não faz mal
é apenas uma vez por ano
talvez ano que vem eu esteja melhor
e possa aguentar essa pressão











Trouxe meu presente?
Ah, era exatamente o que eu queria!
Parabéns pra mim!
antes que eu me esqueça.

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