sexta-feira, 26 de abril de 2013

Hoje a noite tem luar.

A cidade dentro de mim
se apagou;
Como se cada poste tivesse
tido tua luz roubada
por um artefato mágico
carregado por um senhor
de vestes azuis
por um propósito maior.

Visto de longe
apenas eu,
uma brasa de cigarro flutuante só,
dançando pelas ruas
vazias.

Eu não sabia
o que seria do meu futuro,
não sabia o que
seria do meu mundo,
não sabia
como seria o fim.

Que idiota,
talvez se eu simplesmente
tivesse deixado tudo
fluir.

Eu não tinha
mais vontade de conversar,
argumentar ou escrever.

Fui calado, por um
mundo mudo
que pressionava-me
com sua falta de emoção.

Não haviam mais heróis,
musas ou poetas.
Não havia espetáculo, nem
palhaços ou animais adestrados.
Não havia sequer picadeiro ou
uma platéia respeitável.

Não sentia mais frio
nem calor, felicidade ou tristeza.
Não havia sol, não
havia lua, não havia.

As estrelas estavam tímidas demais
para se mostrar e até mesmo
o vazio era vazio demais.

O café frio
me confortava a
enfrentar outra noite
naquele pesadelo que
eu mesmo tinha criado.

Sem deixar um caminho,
uma saída, uma rota de fuga,
estava eu, admirando
o simples de um
ângulo indiferente.

Decidi,
não gosto mais daqui.
Decidi,
quero o gosto que não se degusta
por aqui.

Procurei então conhecer outras cidades, de outros países,
de outros mundos, de outros
universos.

Vi luzes e brilhantes, decorações
das mais diversas.
Conheci sábios e leprosos;
animais ferozes e bondosos.
Vi casas e apartamentos; lojas e
estacionamentos.
Decorações de todos os tipos,
das mais diversas culturas.
Vi Bob marley, legião e Raul Seixas;
strokes e red hot.
Vi rammstein, a-ha e kid abelha;
Tom zé, caetano e todos os panteras negras.
Ouvi histórias das mais diversas e
mais controversas.
Vi o belo e o feio;
o diferente e o normal;
o meio, um quarto e o inteiro.

Conheci santos e seus respectivos pais, filhos
e o espírito santo também, amém.

Quanto mais via gramados verdes, mais
odiava o escuro que
eu tinha criado e amado.
Quanto mais aprendia, mais
queria um céu cheio de vida.

E como todo bom viajante, carregava
em minha mala questionamentos e vontade.

Me preparei por toda trilha
esperando o pior.
A escuridão que perambulava pela minha cidade
protegia, mas assustava.

Voltei de dia, assim poderia
aproveitar os últimos
lampejos de um céu todo azul.

Era de novo, uma viagem sem rumo,
sem volta.

A cidade dentro de mim
se apagou.

Acho que não tenho mais medo
do escuro.
Acho que me sinto bem
no escuro.

O silêncio da noite avassalou
todos os presentes
da praça mais bela
da cidade mais quieta
do mundo mais complexo
do meu universo.

Sentados estávamos:
Eu, minhas perguntas e
minhas experiências.
Todos esperando que algo
mágico viesse
devolver a luz que fora roubada.

Enquanto isso, me indagava:
Quantos anos eu teria caso não soubesse minha idade?
O que seria de nós caso as cigarras não viessem anunciar o verão?
Como saber o que é melhor para mim?
Quantos minutos ainda restam neste cigarro?
Quantos dias ainda restam no meu calendário?
Quantos amores serei?
Quantas dores terei?
Quem eu gostaria que inspirasse meu filho?
Qual o próximo passo?
E se hoje fosse meu aniversário...

Quem mereceria o primeiro pedaço?

Enquanto minhas perguntas se perdiam
no incompreensível uma luz me ofuscou.
E eu percebi
que pelas viagens e amizades
eu havia feito muito mais do que simples bagagem.

Havia no céu escuro
uma estrela solitária, porém não tímida.
Reluzia com toda vontade que tinha.
Parece que gostara tanto da minha visita
que retribuíra, e ali brilhava.

Brilhava incansavelmente como
uma estrela deveria brilhar.

E a cada noite que passava,
outra estrela chegava.

E talvez tamanha beleza
tenha ultrapassado os limites
da natureza, pois
cada ponto que iluminava meu céu
gentilmente foi inspirando
uma lua que se enchia sutilmente.

Hoje a noite tem luar e
não é de se menosprezar, pois
é tão lindo como nunca vi.

Na água límpida mal escoada
é visto seu reflexo
que ilumina cada viela, cada ponte,
cada janela.

Hoje a noite tem luar e a festa
não pode parar, pois
agora há pessoas boas
para compartilhar;

risos e baboseiras.

E aquele que disser
que não está feliz aqui
está convidado a se retirar
e tentar ser feliz em outro lugar.

Pois a estrela que sou,
pois as estrelas que iluminam meu céu
não se cansam de brilhar.

As minhas ruas agora tem jeito, tem
o meu jeito.

Há também lugares aconchegantes e
bons estabelecimentos.

Feitos com suor e conhecimento,
não só meu, mas de cada uma
das estrelas que insistem em dar
opiniões de bom grado.

E de bom grado escrevo
este texto, sim
como forma de agradecimento.

Pois agora minha cidade é um
lugar bom pra se morar.

E se você quiser me visitar
as portas estarão abertas como
sempre estiveram.

E eu estarei esperando
de braços abertos, com
entusiasmo para ser seu guia
da noite mais bela, vista
do lugar mais singelo,
a céu aberto.

Que a minha cidade
fique mais completa
e repleta a cada dia
que se vai, isto é o que eu mais quero.

E o endereço é fácil de decorar:
Rua dos bobos, número zero.

domingo, 7 de abril de 2013

Oriente.

Viver.
Viver! Não existir.
Viver e coexistir.

O importante se torna supérfluo,
o supérfluo importante.
Não importa!
Importante ou desimportante,
quem se importa?

A dificuldade feita
com facilidade me enoja, mas...
Mais maestria e certeza
sempre!
Sempre
certo do caminho a ser trilhado.

A equipe é essencial para o objetivo
e o objetivo
move a equipe.

E a sua equipe?

Não despeje seus medos em mim,
não tente me definir por um olhar;
não tente me desencorajar.
Muitas coisas mudam
mas a essência permanece, perpetua, portanto
não tente me dizer o que sou.

Cada vez mais.
Friamente refletindo
atos passados.
Os passos cada vez mais apertados e
espaçados.

'- Preciso de espaço.'

E foi pensando que não seria nada
que o garoto - chorão - se torna o
herói desta história mal contada.

Sorrir não é uma insensatez,
não mais, mas
me pego com os mesmo vícios
do ano retrasado.
Mas vejo novas atitudes;
no carinho, a redenção.

Pra não dizer que não sinto, não posso
mentir, sinto.
Mas destruirei tudo o que
não é pertinente, irei
até desvendar o
que tenho na mente.

Ponto final.
Mudaram os valores
mas o valor não desvanece.
Devaneio sim, não me envergonho.
Não tenho medo de perder, tenho medo
de não jogar.
Tenho,
posso e sou
tudo que alguém jamais sonhou.

O silêncio escuta, porém
cala.