quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cinco e quarenta e três, alguns erros de português, era uma vez.

Cinco e quarenta e três
e eu ainda acordado,
fazendo as mesmas coisas
ouvindo as mesmas músicas
e pensando
e escrevendo.

Meus dias não tem sido os melhores
e meus textos parecem diários.
...foda-se.

A tv quebrou,
o ventilador também
e uma coisa importante,
que prefiro não dizer,
também.

Não há ninguém pra consertar
e sinto falta de todos,
do meu programa,
do vento no rosto,
e...
bem, deixa pra lá,
preciso de alguém que conserte-os.

E agora fico pensando na culpa
e de quem é a culpa
e como se fossem cartas
saio distribuindo a culpa
a coisas e pessoas alheias,
neste jogo eu sempre venço
- acho que venço -
olha mãe!
Estou vencendo!

Elis Regina,
Cássia Eller,
Clarice Linspector...
Tenho de ler, pra entender.

E agora são umas
cinco e cinquenta e um
porque meu computador travou de novo
e agora está amanhecendo.

E venho olhando pra tantas coisas
que vem apodrecendo
e venho odiando tanto
tantas coisas que já amei,
que já foram minha razão de viver.

E agora,
de novo,
nada faz sentido.

Orgias de traveco,
e soro positivo.

A mesma idiotice,
a mesma mesmice
o cara quadrado
fazendo criancices.

Eu sou medroso,
mas você ainda tem coragem,
você veio me ver sonhando,
e isto eu faço bem,
sonhar,
se bem que,
você podia ter ficado mais,
e ter ido sem roubar.

Cuidado onde pisa,
e olhe por onde fica,
aqui não é seguro
nem de noite,
nem de dia.

As mesmas merdas,
só que com solos de guitarra,
Você olha frenéticamente pra mim
mas não pode ver sob a máscara
- a máscara que deseja estar molhada -
meu rosto não é meu
e nem de ninguém
já nem sei mais
onde deixei.

Cazuza,
Renato Russo,
e aquele poeta de nome estranho,
Charles alguma coisa,
com todo respeito.

Uma breja,
e o desgosto,
tiro meu tênis
e minto pra todos,
de novo
e de novo.

A parede,
eu,
um cabelo solto,
e um perfume familiar.

Agora roubaram as estrelas
que enfeitavam meu quarto,
que triste,
mas nós vamos pintar,
eu prometo.

Não, é sério,
você não vai acreditar!
É tipo uma dança nova
que acabei de inventar,
mais tarde te conto.

E depois, no fundo
acho que não consigo aceitar,
a realidade me desanima,
e o irreal me excita.

Por aqui tudo bem,
e aí?

E outra breja,
agora pode chover,
mas nem tanto.

Consegue ouvir?

Olho para trás
- sem querer -
e vejo o tempo que perdi
o tempo que te dei,
e isso só me faz querer ouvir
os gritos de uma Banshee.

Consegue ouvir?

A vergonha,
o medo,
o choro,
a compreensão,
a incompreensão
e os gritos dela?

Que bonitinhos.










Palmas,
palmas pra mim,
o mais feliz infeliz,
pelo menos o papagaio gosta de mim,
eu acho.









Sessenta textos,
contando com este, o mais sem sentido,
merda, pintada, bordada e escrita...
Mas pelo menos agora sei o que é lobotomia.

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