quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sobre.

Sempre volto aqui,
sem uma história feliz a contar
empunho melodias tristes
que lacrimejam os olhos
e frases dignas de velório
frases que fazem todos chorar.

Escolhi os piores vícios
e pago todo dia por isso
escolhi as drogas mais fortes,
as mais difíceis de se obter
as mais difíceis de se abster.

A dor que deveria sentir é enorme
enquanto ainda estou entorpecido não sinto
mas amanhã, será insuportável
não sei se poderei abrir os olhos.

O preço é alto
mas, já fora da minha consciência
pago,
mesmo sem ter.

Tu ceifa minha alma
e leva contigo
pedaços de mim
que valiam mais do que pernas
ou braços
e eu não discuto
ajudo a serrar
ajudo a cerrar
tudo e mais um pouco
pela minha paz interior
que já é utópica.

Que eu mesmo não deixo acontecer
e te culpo
e me culpo
como se apontasse o sangue
nas mãos,
o meu sangue...

Perco horas
e horas
pensando sobre
já não quero mais
e agora,
talvez,
sim, talvez.

Contínuo perdido
sem rumo
sem condução
preciso de uma ajuda aqui
espero que seja a sua mão
que seja estendida à mim.

Não quero simplesmente
o mesmo caminho de todos
por este já andava
e me perdi,
não por acaso.

Procuro a saída
a saída que contenha um final
um final decente
não quero o mesmo caminho de todos,
o caminho decadente.

Eu sei que você não sabe chegar lá
apenas me leve contigo
ficar parado aqui não é uma boa ideia
somos presas fáceis
melhor andarmos...

Não aguento mais ficar parado
não aguento mais a solidão
Quer tentar?
Ok, vamos conversar sobre.

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