quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Temos que pegar.

Talvez nunca me acostume
tento sorrir com a cabeça baixa
e todos vivem me perguntando:
'você já realizou seus sonhos?'

O passado é confortante,
mas ao invés de viver da minha velha infância
quero tentar entender
e viver o presente
por mais que tenha nascido covarde.

Parece que fui feito de pedras
e quando sorrio todos estranham
e quando choro todos se espantam
preguei tanto isso
e agora quero me livrar, mais do que tudo.

Observo todos conversando
de assuntos grotescos
e parece que já me contaram o final de tudo
são como esquetes, malfeitas,
fico apenas assistindo
vendo o final acontecer.

E me dizem:
isso não é amor,
sexo não é amor.
Mas esquecem de tirar o gosto de látex da boca.

E depois
saio de casa
com cara de sono
e o cabelo desarrumado
como sempre
- frescura minha -
fugindo do sol
com a língua amarela
falando de coisas fúteis
e interessantes
que a maioria das pessoas nem ligaria
- quer um halls?

Meus vícios tendem a ter finais sádicos
e a minha própria cara de espanto,
quando não uma lágrima ou outra
não são muito sadios.

Preciso de um vício novo,
acho que também vou comprar uns esmaltes
só pra deixar na prateleira
e ter pelo menos uns
cento e cinquenta,
só não quero o pikachu.

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