Retirei a minha linda
dos braços empoeirados,
assoprei como quem assopra um livro antigo
em uma biblioteca.
Alguns ajustes, um toque
de eletricidade e pronto!
O que eu toco agora?
Droga, todas as músicas que eu
lembro são tristes.
São nostálgicas demais.
Meu braço doí
por falta de prática
e a dor se espalha pelo meu corpo.
Eu amo e odeio.
O cheiro de ferrugem nas minhas mãos e
a sensibilidade da falta de treino,
algumas notas a mais
que eu definitivamente não devia tocar,
meus olhos lutam com meu orgulho
e eu continuo até o final,
cantando as partes que sei.
Enquanto as notas soam
devagar pelo ar
minha mente devaneia
por aí.
É uma sensação única, mas eu tenho
que dormir.
Ou então tocaria o resto da madrugada inteira.
Mas eu prometo que voltarei.
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