Sentado na cabeceira
com suas colheres
contadas.
Ele negociava
balas por
tarefas, era mágico.
Enchia seu copo
sempre sem álcool.
E dizia sábios
conselhos
repetidos.
Sempre foi divertido e
de tantos anos pra cá
parecia que a idade
não envelhecia mais ele.
Enquanto ele ajeitava
sua meia dúzia de fios de
cabelo e se engomava, sem
barba.
Ia dizendo histórias de
sua época, na cidade
onde o sol
não tem piedade.
Eu sempre achei
que ele me apoiava, mas
eu mais apoiava ele.
Quando a flor se
foi, foi complicado e
seu alicerce derrubado.
Sinto pena e
ao mesmo tempo
orgulho.
Os filhos agora são pais e os netos, avós e avôs.
Ele desliga a televisão que
estava no último volume e
acende uma vela.
Seguindo a mesma
rotina para
sempre.
Mas o para sempre é injusto
perpetua o recusável e
o mutila o agradável.
Perpetue apenas aquele
sorriso de criança
na pessoa mais velha da família.
É o pedido de um cão
sem dono.
Ontem ele quase foi embora,
foi difícil.
As vezes é esquecível que
nós vivemos com
tanta convicção, mas
a vida é frágil como
tem de ser.
Os mais velhos primeiro, é
a lei. Mas
espere mais um pouco.
Agora vou estudar um pouco e
pouco depois, me pergunte de novo.
É com amor que respondo tantas vezes
as mesmas perguntas.
Não cultivo plantas, mas
talvez possa cultivar a flor
mais bela de todas.
Minha Rosa eterna, Isabella
que sempre me lembrará o
senhor.
Nossa meus olhos se encheram de lagrimas, *-*
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