Dia dezoito de
setembro, talvez
fique para sempre
pairando nos meus
olhos.
Foram quatro horas
e quatro minutos e
desta vez
foi digna.
Eu me senti impotente, mas
ao mesmo tempo
meu coração batia devagar,
como se não quizesse
se preocupar, ele
me disse sussurrando:
- Se acalme...
... Por favor se acalme.
Ah! Como
eu odeio usar
analogias com
o coração, mas
o que poderia fazer
quando senti ele parar pela se-
gunda vez?
Me entreguei às verdades e
disse coisas que
sempre deveria ter
dito, disse
coisas de um jeito
que sempre deveria ter dito, agi
como sempre deveria ter agido.
E este texto
é só para tornar
este dia imortal.
Dia dezoito, eu disse.
Não tão próximo do
dia vinte e sete, tão
perto do dia treze.
E me lembrei tanto
de doce novembro, me
lembrei tanto do meu
não tão doce novembro e
o tanto que eu odeio
essa analogia também, repetida
e idiota.
Não diria pior, nem
melhor, diria novo. Não
em relação a isso, em
relação a tudo e
não que eu queira provar pra alguém.
Todos são filhos da puta de
uma certa forma e
do meu coração o meu foda-se.
No fundo, sempre
fui assim, e a
monotonia, da monocromia e
a falta não
são motivos de coro, de choro, de raiva ou
qualquer outra coisa.
Conceda meu pedido.
Tratando-me com egoísmo,
mas com sinceridade, sempre
foi meu pedido recluso, que
finalmente foi atendido.
Promessas, e
não ao vento.
Do pó ao pó,
das cinzas às cinzas e
tudo sempre será como nunca
foi, tudo
sempre será como sempre
foi.
E agora, no meu
texto mais-sem-enfeite
eu digo a imagem que se
passa na minha
cabeça:
Um garoto, em cima de
de uma beira de um
barranco, com
o final de grama querendo nascer, onde
não mais há terra.
Ele está olhando fixamente
para as estrelas e
para a lua
com as suas duas mãos
fixadas no seu
caleidoscópio.
Ele tenta adivinhar o futuro
com aquele brinquedo
de criança.
E a imagem que ele vê...
...A imagem que ele vê
não é bela
nem feia, é
uma imagem tão abstrata
como deveria ser.
Ele aponta um sorriso bêbado
no rosto e bochecha a bochecha
como um garoto que acabou de
tirar o aparelho deveria sorrir.
E com o mesmo sorriso
bêbado, pontuo este
texto, assim como deveria ser
pontuado: Erroniamente.
E sorrio pelo sorriso
de uma pessoa que
sorri para a incerteza
De todas as formas possíveis isto é admirável.
Todos deveriam ver mais felicidade num
caleidoscópio
do que num telescópio, microscópio, qualquer-merda-scópio.
O bonito é feio para mim e
que eu não escreva mais sobre
pontos de vistas inúteis.
O próprio nome
já diz,
risos.
Não é preciso apagar a luz
feche os olhos e tudo bem
no caleidoscópio sem lógica.
Me pediram pra apagar a luz
amanhaceu é hora de dormir
neste nosso relógio sem órbita.
Se tudo tem que terminar assim
pelo menos seja até o fim.
Como meus amigos narnianos diriam
Até mais ver.
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