segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A tartaruga de mil histórias.

A música nem era dele, mas
ecoava pelos
vidros fechados do carro,
escoava junto do
ar quente pelas
frestas do vidro.

Enquanto ele acelerava
o carro a
pelo menos o triplo do limite de
velocidade, ela
tira os óculos e
não enxerga mais nada.

Deve ser horrível não
poder enxergar, mas
ela disse que confiava nele, e
o medo do
escuro vira
emoção junto da velocidade.

Feche os olhos.

Sem medos, condições, sem
amores ou dores, sem
tristeza, sem futuro, es-
colhas e
maldições, sem
cheiros, sem sonhos;
Sem preocupações.

O que restava era
o palpite
do coração
que respondia
aos pés do motorista, que
cada vez mais acelerava.

Ela pode sentir
a excitação dele.
Uma pena que seus olhos
estavam fechados, pois
ele exibia seu meio
sorriso com satisfação.

Isto deveria ser regra
e não exceção.

O cachorro lhe esperava na cama
ele deu boa noite ao canto
do quarto e
dormiu como
quem tem algo a contar
no dia seguinte.

Boa noite Facuri.

Um comentário:

  1. Não acho uma pena não poder ver o sorriso, pois sentia-o de qualquer forma.
    A excitação estava no ar, como a música.
    roox ;*

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