sábado, 19 de fevereiro de 2011

Behind bloody eyes.

Substitui a vodka
por analgésicos
e relaxantes musculares
- não que eu esteja reclamando. -

Sentei sobre as ruínas
dos alicerces
que eu mesmo tinha destruído
e fumei um cigarro
só pra deixar a cena mais dramática.

Um tanto sádico,
mas eu amo esse tipo de dor
porque substitui a outra
e não vice-versa
como tende a acontecer.

E assim consigo pintar um sorriso
amarelo
no rosto que não anda acostumado
com esse tipo de coisa.

Ouço um barulho incessante,
um zumbido nos ouvidos,
que ouvi dizer que é por causa do volume excessivo
que ando ouvindo as minhas músicas,
mas não me importo muito agora,
há sangue em minhas mãos
por causa das suas unhas
e há sangue
dentro dos meus olhos
para que eu me lembre,
todas as vezes que eu olho o espelho.

Eu aviso
e entrego o roteiro
das esquetes que monto na minha cabeça
sádica.

Mas hoje em dia os atores já não sabem mais
nem ao menos
ler.

Ando mostrando meus desenhos
e meus acordes
pra pessoas que não desejam ver.

E ando elogiando
e fingindo que acredito em coisas
que nunca quis crer.

Você
reza todas as noites
todas as noites
você fala as mesmas coisas todas
as
noites.

E você viola
as próprias leis
que você inventa todas as
noites.

E todas as noites
você se impressiona
com a surpresa
óbvia que
todos sabiam
menos você, justo quem
dizia o contrário todas as
noites.

E você diz
que eu poderia ser muito mais do que sou
e que meu potencial é muito maior do que eu sou.

Eu não preciso de saltos,
maquiagem
ou pernas de
pau.

Enquanto você luta
para parecer o mais alto
que alguém pode ser,
para ser avistado.

Eu continuo
agachado,
sou mais alto que você quando levanto
o problema é eu querer levantar.

Você se diz livre,
eu estou preso,
mas eu ainda guardo
o molho de chaves.

E quem dirá quem está certo?
o meu ou o seu
amor
não serão definidos
pelo número
de amores
nem pelo número de
atores.

Há sangue nos meus olhos,
nas minhas mãos
e no meu rosto,
só não há mais sangue
no meu coração.

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