segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mesma mesmice, mesmo assim.

Os mesmo acordes,
a mesma batida,
a mesma voz
- e que voz -
e os mesmos sentimentos.

Com insônia,
ouvindo o relógio 'tiquetaquear'
e contando quantos segundos
há em uma hora.

Pensando em como seria
se ele tivesse agido
diferente.

Brincando de adulto
e bancando o sério
todo mundo o via
mas ninguém o ouvia.

Filosofando
e criando versos
inventando acontecimentos
perversos
para versos
inversos.

A mesma música,
o mesmo guitarrista,
com as mãos fodidas,
sem poder criar suas melodias.

Fazendo médias
e se esquecendo
olhando casais na rua
e sofrendo.

Pintaram seu coração,
arranharam sua pele
marcaram sua alma
e gravaram em suas memórias
o ardor do beijo
que queimava seus lábios.

As mesmas vozes,
as mesmas vezes,
pensando até que parte
fora verdade
e o que fora mentira
que se fora
sendo que,
na verdade
a verdade
ele já sabia
mas era feita de tristeza
então ele esquecia
ou fingia que esquecia,
já que ele não se dava bem
com essas coisas
de esquecer
ou deixar de lembrar.

Escrito em: 14/01/2011
às 11:11, sexta-feira.

Um comentário: