segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Coca-cola roxa.

O pai bêbado,
a mãe fumante
e a coca-cola roxa.

O garoto,
que ainda não cansara
de dar lições de moral,
agora filosofava
à pessoas diferentes.

E o garoto percebeu
que a distância
que ele pensou que o curaria
agora o feria
e o garoto sofria
muito mais do que antes.

E o garoto
assistia palhaços
sem fantasia
e via o fogo
e a coca-cola roxa.

E via as estrelas
- bem melhor que essas estrelas que se vê na cidade -
e via as nuvens
e refletia
- sobre essas coisas que não se deve refletir -

Durante o dia
o garoto lia livros
com histórias óbvias
e desinteressantes
e ouvia músicas repetidas
- mas tinha medo de certas músicas
então preferia aquelas mesmo. -

E assistia os beijos incessantes
dos cachorros
com os homens
nas valetas
que tinham provado de mais
cerveja, vodka e pinga.

O garoto não sabia ao certo
o que ao certo queria.

Já tivera querido
queridos amigos
um emprego e muito dinheiro
e o amor de toda vida.

Agora tudo que desejava
era um banho,
cama,
palavras de compaixão.

Uma voz,

um toque

ou uma ligação.

Escrito em: 09/01/2011
às 17:34 ~ 23:44, Domingo.

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