segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Recaída.

Um dia normal
exceto pela sua imagem
na areia.

E num piscar de olhos
me vejo nos seus braços
de novo
e de novo.

Com os olhos fechados
ninguém vai me enxergar
eu luto sozinho
e ninguém vai me alcançar.

A água,
o sol
e o sal.

E já tive uma recaída
e me vi recaído,
retraído
nos seus braços.

E aonde isso pode chegar?

O fim se aproxima
com vista para o mar.

Ninguém sabe
o que é preciso
pra ser alguém como eu.

Ninguém vê
por trás das mentiras
que me afogam.

Meus sonhos são tão
vazios.

Perco horas e horas
com a solidão.

E ontem
nos meus sonhos vazios
me vi de novo
e de novo
nos seus olhos fechados.

Senti vontade de gritar
agredir objetos
ou apenas sentar
e ver o mundo passar.

O gosto de limão
exagerado
uma garrafa de água
e o tempo mal gasto.

Não vejo mais graça
em competir,
com os olhos vendados
não posso ganhar.

Por quê?
Eu me vejo de novo
e de novo
nos seus olhos,
vejo com seus olhos.

E seria eu agora
o hipócrita?

Talvez eu devesse apenas
me ajoelhar.

Enquanto todos procuram
príncipes e princesas
continuo em busca
do dragão perfeito.



Que vês?
Que vês quando me vês?
Quando a mentira acabará? (Tihuana)

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