Um dia normal
exceto pela sua imagem
na areia.
E num piscar de olhos
me vejo nos seus braços
de novo
e de novo.
Com os olhos fechados
ninguém vai me enxergar
eu luto sozinho
e ninguém vai me alcançar.
A água,
o sol
e o sal.
E já tive uma recaída
e me vi recaído,
retraído
nos seus braços.
E aonde isso pode chegar?
O fim se aproxima
com vista para o mar.
Ninguém sabe
o que é preciso
pra ser alguém como eu.
Ninguém vê
por trás das mentiras
que me afogam.
Meus sonhos são tão
vazios.
Perco horas e horas
com a solidão.
E ontem
nos meus sonhos vazios
me vi de novo
e de novo
nos seus olhos fechados.
Senti vontade de gritar
agredir objetos
ou apenas sentar
e ver o mundo passar.
O gosto de limão
exagerado
uma garrafa de água
e o tempo mal gasto.
Não vejo mais graça
em competir,
com os olhos vendados
não posso ganhar.
Por quê?
Eu me vejo de novo
e de novo
nos seus olhos,
vejo com seus olhos.
E seria eu agora
o hipócrita?
Talvez eu devesse apenas
me ajoelhar.
Enquanto todos procuram
príncipes e princesas
continuo em busca
do dragão perfeito.
Que vês?
Que vês quando me vês?
Quando a mentira acabará? (Tihuana)
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