domingo, 1 de maio de 2011

O rei dos bobos, o contador de histórias.

Eram sete da noite
e eu
já tinha começado o
dia errado.

Olhei nos olhos dela e
sinto sempre uma
angústia, não sei.
Não lido muito
bem com isso, mas,
fui o melhor
companheiro que podia ser e
achei que me orgulharia disso
depois.

Ele chegou,
estressado, com mil e
uma coisas na cabeça e
desmereceu tudo
que eu já tinha feito, mas,
não tiro a razão dele e
até aceitei o pedido de desculpas depois.

As vezes as pessoas acham
que é fácil sorrir,
simplesmente.

Eu não minto, disse coisas
que não deveriam ser ditas e
ainda mastiguei muitas
palavras, e a
minha boca ficou amarga
com o gosto ácido,
sempre muito ácido,
das minhas palavras.

As vezes,
quem olha as coisas de fora
tem uma noção errada
de todas as coisas.

Fucei e
juntei uma dúzia de moedas,
liguei o computador
para como todo bom
criminoso, pedir a
minha ligação;
Saí de casa,
sem ter comido nada e
olhando pra baixo,
achei que seria mais uma noite
solitária no meio
do nada, mas eu estava
enganado.

Foi uma noite
como muitas outras e
fiquei conversando de
muitas merdas e
mostrando meu excesso
de confiança, meu narcisismo
pra cima de todos os outros.

Mais tarde, um telefonema
e eu queria mostrar dezenas
de coisas que
não pude e
sempre me dói um pouco
quando eu tenho que
assassinar meus
sentimentos,
queria mais palavras, mais
segurança e
queria me sentir mais perto
do que me agradava e
poder esquecer o que me
incomodava, mas,
não foi bem como eu tinha
planejado nas minhas
esquetes.

Não a culpo, sei
desde um bom tempo
que não tenho
direito a isso,
estava escrito no
contrato quando
eu quis assinar;
Demorei muito pra ler
as linhas miúdas.

Peguei o carro e
pra variar
fui correr por aí, pra
esquecer do que me incomodava;
Quase cento e cinquênta
naquela ponte e recorri
a uns vícios
que ela não gosta muito, mas,
me desculpe... Eu precisei,
sou um cara fraco, apesar de tudo.

Quando cheguei em casa
minhas pernas estavam doendo e
meu pé sangrava, mas,
quando o dia está ruim
há sempre uma brecha
pra algo pior acontecer.

Comecei a
pensar de mais e
já eram cinco e quarenta e cinco
da manhã.
E eu, o rei dos bobos,
conversava com a rainha
deles;
Os dois mentindo
só pra não dar o braço a torcer,
estavamos sendo falsos
com nós mesmos, mas,
o sono nos permitiu
uma carta de confissão.

A guria
que eu mal conhecia
me disse coisas bem
pessoais e
me perguntou
sobre aquela história
que se passou, eu avisei:
- Sou um péssimo contador de histórias...
Mas ela disse que eu podia
tentar.

No fundo eu precisava
de ombros e ouvidos, mas,
não queria admitir e
por ela ter
me dado o que eu queria
de bom grado, agora,
ela passeia pelas linhas tortas do meu texto quebrado,
que hoje está molhado.

Fiquei uma hora
escrevendo, no mínimo
e contei todos os detalhes, mas,
sem problemas, ela é virginiana,
adora
detalhes.

Fui escrevendo e repensando e
meus repensamentos
me confortaram muito,
o suficiente pra conseguir
ter uma ótima noite
de sono, até
uma brincadeira idiota, mas
não vou julgar ninguém.

Brigas,
confusões,
delírios e
meu time perdeu, mas,
tudo bem.
Eu aceito os dias ruins, assim
como na semana passada
aceitei um dos melhores
da minha vida e
vou tentando viver outros melhores
um dia de cada
vez.

Eu avisei...
Sou um péssimo
contador de histórias...

Um comentário:

  1. Ele é um incrível contador de histórias.

    Tenho certeza que essa virginiana entraria mais milhões de vezes nessa caverna, só pra ouvir histórias de um Yeti que não gosta de demonstrar fraqueza, mas em suas linhas isso transborda, sem querer.
    Yeti, grande, bobo e apaixonada. Espero que aquela criança também não me faça chorar, pois fiquei estática com toda essa história, e só queria um final feliz. Todos nós queremos, não é?

    É uma honra estar nessas linhas (: seu modo de escrever me inspirou ao último post que fiz no meu blog "Depois da meia noite". Eu só escrevia assim quando era pré adolescente haha, nostalgia.
    Estou meio sem palavras oO
    melhor me calar, rei dos bobos haha
    ;*

    ResponderExcluir