sábado, 24 de dezembro de 2011

Judas Priest.

Meu anjo, ponha
suas tristes asas sobre
mim. Me proteja
deste mundo de
pecados.

Meu anjo,
nós podemos encontrar
o nosso caminho,
de algum modo.
Me ajude
a escapar deste
mundo que estamos...
Me leve para o lugar em que
tudo começou.

Para um lugar
onde encontremos a paz
de nossa consciência.

Apenas me diga
que é tudo
que você quer,
para mim e
para você.

Meu anjo,
nós podemos tocar
as estrelas esta noite
lembrando dos
rostos e
dos lábios.

Quando eu fecho meus olhos,
eu ouço suas asas de
veludo e quase choro.

Esta luz que vem
de você me
mantém respirando.

Oh, anjo
nós iremos nos encontrar
novamente. Eu
rezarei por isto.

E quando meus pecados
forem pagos
me prenda nas suas
asas e me segure
para sempre.



Anjo,
me liberte.
Anjo,
me leve embora.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vermelho amarelado.

Uma leve falta de apetite
e um pouco de raiva.
Maldito cachorro.

...Ele não tem culpa.

Atrelado a cheiros e
trapos, já começa a
tortura.

Um pouco de água
e a viagem segue.

Vejo nuvens e
mais nuvens, todas com
um tom leve, apagado.

De fundo um vestígio
do que sobrou do sol,
iluminando, os faróis do carro.

Parece que não vou
dirigir, mas
eu até gosto
de ficar apenas observando
a vida passar
na janela do meu carro.

Estou acostumado.

Fecho os olhos e
te vejo por um instante,
seu cabelos molhados.

O cheiro do seu perfume
indo embora, faço uma
pequena prece, mantendo a minha fé
viva.

Neste lugar
há muita verdade
para mim.

Acho que nunca
presenciei
um calor tão
infernal em
toda minha vida.

Olho para o céu
e vejo centenas
de braquilhos
acesos.

Olhe para o céu,
é uma coleção
para você.

Como eu amo
a sua
sombra.

Olhe para o céu.
Este é o céu
que banha
todos os corpos
e por um instante
estou do seu lado.

O verde, o azul,
o cinza, o escuro
e uns cigarros de palha.
Um vermelho amarelado.

Olhe para os
pássaros, eles
cantam com a
mesma sina
para todos.

Agora é minha vez.

Tudo da mesma cor, é
como se tudo fosse da mesma
cor quando eu
penso em você.

É pouco
pelo que dizem.

Alguma coisa,
é tudo que eu preciso.

Os cantores sem criatividade,
pelo motorista que não
sabe dirigir.

Os gritos roucos,
pelo colegial
que não sabe
beber.

Estou num conflito
tão grande que
não posso ver
uma saída agradável.

Fazia tempo que não sentia
isso, que não me sentia assim.

Sangue na
piscina, sangue
na minha mão.

Nós não precisamos
disso,
ponto final.

Ninguém precisa disso,
afinal.

Os sonhos
que não se repitam, repita
para mim.

Nem por um momento,
não pense nisso.

A cada momento,
pense nisso.

Pense no que te digo
e diga o que pensa.

Os corvos pairam
neste céu amarelo.

Sobre o nosso,
nunca virão, nunca
pousaram.
Eu prometo.

Ainda não devem haver
sido inventadas as
palavras que procuro
para expressar
o que eu
sinto.

Estas estrelas
agora são nossas.
Elas brilham por você.

Eu posso não ser o maior
poeta vivo. Mas eu progredi,
escrevi algo para você,
por você.

Você sabe.
Não é?

Muitos não,
mas eu gosto de imaginar.
Gosto de imaginar
um final agradável.

domingo, 11 de dezembro de 2011

So, you think you can tell?

Eu gosto do ensaio, mas
prefiro o improviso.
Canto como se não
houvesse uma alma
para ouvir.

Nossa!
Essa música...
Eu ouvia quando nos
conhecemos.

Estou entorpecido.

Fico feliz
de não ser o único
a sentir-me tão
distante do meu
centro.

Não é como se
eu pudesse explicar
o que é amor, ou
pudesse explicar
tudo que sinto.

Mas eu juro que eu tentei
dizer tudo que sentia, tudo
que podia enquanto
você dormia e
eu sorria.
- Não.

Tudo depende de
onde você olha.

Você simplesmente
não precisa
ser dura
como um tijolo.

Eu simplesmente
posso te fazer
sentir, mas não
posso te fazer
pensar.

Eu realmente
não me importo.
Minhas palavras, um
sussurro, sua surdez,
um grito.

Você acha que pode
me dizer, a diferença
das cores, a simplicidade
complexa da vida, você
acha que pode me dizer
tudo o que sente?

Você parece uma boneca,
vocês duas também.
A beleza de vocês
inunda meus olhos
até um ponto que eu mal
consigo acreditar.

É incrível, me sinto
tanto. Tanto é
o pouco que me sinto
ao seu lado.

É como se eu ainda
não fosse bom o sufi-
ciente, eu apenas
gostaria de ser o
melhor, gostaria
de ser o que
você representa.

E as suas doçuras
sempre em
doses curtas,
me deixam alto
como um pássaro.

E realmente
não importa se
eu já fui sólido
como um tijolo.

Vinte anos e
ao seu lado, senhora,
me sinto tão,
tão pouco.

Você não pode ver
as lágrimas, pois
elas são de orgulho, são
de emoção, são
de algo que você
não pode entender.
Talvez nunca possa.
É um sentimento meu e
só meu.

E não importa
quais são as suas qualidades
ou a quantos passos
você está do seu Deus.

Não é tão fácil assim
dizer o que eu entendo, agradeço
os elogios, mas ainda há muito a
se entender.

De braços cruzados
não importa o seu
apoio.

Ou você apenas entrará na máquina.

Me reservo, me
contento a
tentar suprir este
sentimento que eu
tanto insisti em criar.

Este sentimento...
É algo que
não posso explicar, é
algo amargo como mel,
azedo como sal,
doce como limão,
salgado como fel.
É algo misto
como tutti frutti.

É uma verdade
incontestável, é uma
verdade inconstante.
É algo
sólido como um
tijolo.

É algo sereno, algo
que eu sempre quis, algo
que nem todos podem.

É algo de complexidade
extrema, que
só é bonito pela sua
falta de
lógica.

É algo que eu não
posso explicar, algo
que eu
não quero explicar, é algo
que eu me limito
a sentir, a
provar. E
ousando:
Te afagar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Heart of gold.

Saudades de você
e o cheiro do
seu perfume no
cobertor.

Me sinto no
seu paraíso.

Quer me ouvir mais um pouco?
Vou te contar:

Luz vermelha,
fumaça de
longe.

Tocando
músicas dos anos
oitenta.

Não sei...
Gosto de ser ingênuo.
Só sei
que gosto da sua
ingenuidade.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Bentivi.

Ainda não consigo dormir...

Talvez isso
se deva ao
surrealismo
que entorpece
meus sentidos.

Senti saudades
de tocar o chão
com os pés descalços.
Senti saudades
de escrever tão
perto de estar
inconsciente
de cansaço.

Estou sereno.

Essas músicas guiam
meus pensamentos
à majestosos
campos, cheios
de relva perfeita.
Lá o pecado
é não viver.

Ainda estou
embriagado.

Os perfumes misturados
tecem esse meu
rosto nu cansado.

Senti saudades
dos pássaros
cantando e
das pombas pombando.

Diria que
fiquei com saudades
de sentir meu
coração pulsar, mas
talvez nunca tenha sentido.
Mas até que gosto de
perder essa virgindade.

Os bentivis
bentiviam alto
e eu quase
sinto vontade
de bentiviar com eles.
Os beija-flores
beijam as flores
tão deliciosamente
que quase sinto
vontade de
beijar flores por aí.

Devo toda essa alegria a
mim, devo
toda essa alegria a
você.

Sem você,
não seria muito sem você.
Estaria sozinho, contando as
horas e
as pombas não
estaria pombeando, os beija-
flores não estaria beijando e
nem os bentivis estariam
bentiviando.
Não valeria a pena.

E
eu
até
posso
me
acostumar
com
essa
realidade,

para toda a eternidade.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Espasmo.

Talvez eu seja
demagogo
ao dizer.

Talvez eu seja
o mais errado
de todos.

Muitas vezes
acho que nem
sei escrever.

Apenas sinto
a música.

Essas noites
mudei meus
pensamentos
sobre essas nuvens.

Não são
as possibilidades, nem
o meu querer.

Os fatos andam me
cercando.

Andei muito tempo
atrás de você.
Andei muito tempo
por você.
Andei pensando:

Eu posso ter dezenas
de posses e carros, ter
o mundo inteiro.
Beber e fumar, me cansar
e me drogar.

Mas eu troco tudo isso
por uma caminhada
com você.

E se você quiser andar
por aí, sem pensar
em quem está na frente...
Que tal caminharmos um pouco
juntos?

Eu em você.
Você em mim.

Enquanto nossos
olhos escuros
vão ficando vermelhos
junto com esse céu
cansado,

apenas entre e
feche a porta.