Deitado com
um jornal velho no rosto,
a luz do sol o incomodava
bastante.
Acordou com ressaca
de sono e
foi ouvir rádio
com seus parentes e
comer uns pães.
Seu time ganhou.
Ganhou um troco
de pão pra
ir até o ânus
do mundo e
voltar.
Já era sexta-feira e
ele foi entregar um dinheiro
com juros.
Foi o terceiro que
ele tivera vontade de
xingar hoje, mas
este não.
Voltou, mascou
balas com sabor de
alho com casca e
tomou uns goles de pinga.
Bebeu coca-cola, e
sentiu o prazer de
alguém que mata saudades
de algo que não
tinha há muito tempo.
Atendeu o telefone e
consolou uma amiga.
Mais uns alhos, mas
dessa vez ela
estava sem óculos.
Lavou seus pés, deitou
um pouco, não apagou a luz, mas,
pôs uma camisa no rosto,
a claridade o incomodava
bastante.
Acho que esse gosto nunca
sairá da sua boca.
Abriu uma cerveja, ouviu
umas músicas limpas e
escreveu um texto.
Diga à água que
sentirei sua falta.
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