sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira santa.

Deitado com
um jornal velho no rosto,
a luz do sol o incomodava
bastante.

Acordou com ressaca
de sono e
foi ouvir rádio
com seus parentes e
comer uns pães.

Seu time ganhou.

Ganhou um troco
de pão pra
ir até o ânus
do mundo e
voltar.

Já era sexta-feira e
ele foi entregar um dinheiro
com juros.

Foi o terceiro que
ele tivera vontade de
xingar hoje, mas
este não.

Voltou, mascou
balas com sabor de
alho com casca e
tomou uns goles de pinga.

Bebeu coca-cola, e
sentiu o prazer de
alguém que mata saudades
de algo que não
tinha há muito tempo.

Atendeu o telefone e
consolou uma amiga.

Mais uns alhos, mas
dessa vez ela
estava sem óculos.

Lavou seus pés, deitou
um pouco, não apagou a luz, mas,
pôs uma camisa no rosto,
a claridade o incomodava
bastante.

Acho que esse gosto nunca
sairá da sua boca.

Abriu uma cerveja, ouviu
umas músicas limpas e
escreveu um texto.

Diga à água que
sentirei sua falta.

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