quinta-feira, 21 de abril de 2011

A lua vermelha e o cego.

Um guri com potencial.
Tempo e vozes na sua
cabeça o deixaram
desse jeito.

Uma vez ele me disse:
Uma vez.

Nunca acreditei, mas agora,
acredito.

Ele saiu na rua e
já eram bem umas quatro da
manhã, ele
estava pensando em coisas que não devia.

No meio de pensamentos que
as pessoas nunca
poderiam saber ou
entender,
ele
olhou pra lua, acendeu
um cigarro do seu último maço e
disse:
'Gosto de lua cheia'.

Sentou, pintou
a lua de vermelho e
voltou pra sua casa para
ouvir a música que
ele gosta de ouvir quando
a lua esta cheia.

Tudo que andava acontecendo
ele estava apenas
deixando acontecer e
assistindo, certo que ele
perdeu suas forças algumas vezes, mas,
foi provado que
ele tinha um certo
poder sobre o destino.

Acordou cedo e
foi deixar seu corpo dolorido,
sentou-se à mesa, não comeu,
apenas alimentou o que
seus sentimentos precisavam
comer.

Fez umas sátiras e
copiou frases de
outras pessoas pra
continuar fingindo
como sempre,
ele precisava fingir, gostava
de fingir e se sentia bem
fingindo.

Ficou no telefone
por um tempo que
eu perdi a conta,
depois foi visitar uma amiga de
tempos e
sobre essa parte eu
não vou escrever.

Voltou pra casa e
admitiu que estava com
saudades de acelerar, se
sentiu o máximo por
algumas pessoas que
passavam a pé, mas no fundo
ele gostava mesmo era da velocidade.

Saiu, dessa vez andando e
subestimou dúzias, até que
deixou três gurias
sem palavras e
o flerte na padaria
eu não conto como glória.

Deitou na cama e
deixou mil pessoas
falando sozinhas, mas
o som grave das suas
cinco caixas de som, tocando
a voz grave do seu
cantor preferido foram
o passaporte perfeito
para o seu sono.

Dormiu pouco, mas
foi o suficiente, teria
dormido mais se
ela não insistisse em invadir todos
os seus sonhos de
tantas formas diferentes.

Ele acordou e foi procurar ela,
dessa vez achou-a, mas não
é sempre assim e
eu gosto de
verbos reflexivos.

E ele me disse de novo:
Uma vez.

Nunca quis acreditar, mas,
agora creio mais do que nunca.

Eram dois relógios sem bateria, a
dúzia de controles e
uma cama desarrumada.

Eram centenas de problemas,
mil e uma dúvidas, mas,
eram um milhão e meio de qualidades
novas.

Ainda tinha muitas coisas a se fazer,
mas, essa parte eu conto depois.

Ele até suspeitava de vez em quando, mas,
no fundo ele sempre soube.

Nessa época ele sentia que
podia fazer tudo e
sentia que era o melhor em tudo e
que seria perfeito pra tudo.

E isso nem foi há tanto tempo

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