quarta-feira, 6 de abril de 2011

A casa do sol poente.

A luz do corredor
está amarela e
alaranjada ao mesmo tempo e
com a chuva que cai lá fora
me lembro de dias
que eu até gosto de lembrar.

E o meu carro anda bebendo
todo álcool que eu
não posso beber e
eu acho que já gastei dois tanques e meio
em menos de um mês.

Tenho ficado com sono
ainda as nove da noite e
ontem mesmo dormi beijando
a parede.

Minha cara de sono agora
completa o resto do rosto
ou do que sobrou por trás da barba e
esta que me deu um ótimo amigo
ainda ontem, que me
deu de presente uma
arma apontada na cara e
isto tudo a troco de nada.

Minha voz está mais firme e
esta deu poder a um garoto
de voz pouco firme, mas
se você quer mesmo saber
talvez eu tenha errado desde
a primeira linha.

Por mais que eu ande correndo,
parece que não saio do lugar
desde sempre.

Ontem, quando eu estava
escondido atrás da porta
pensei no quanto eu já
tinha mentido pra mim mesmo
e fiquei meio triste.

Ontem, quando eu estava
escondido atrás das cobertas
pensei no quanto eu tinha medo
e mentia não ter e
fiquei com mais medo do que
sempre.

Deixei de sonhar coisas perfeitas e
agora sonho com coisas imperfeitas e
coisas mais imperfeitas acontecem de verdade.

Tudo o que venho sendo
pensando e dizendo
andam até me fazendo um
certo mal, meu egoísmo e
o narcisismo corroem
os meus elos.

E o único tempo é imperfeito e
a única coisa que me satisfaz é
ver os doutores sem
doutorado
gastarem todas suas filosofias de bêbados enquanto
estão sóbrios.

Diga a eles
para não fazerem as coisas que eu faço
diga a eles para
gastarem a vida
de um jeito sério
diferente de mim.

Sei de tudo e
tudo que sei me
lembra de querer saber
do que adianta toda essa perfeição se
as cores das rosas que eu
comprei não agradam.

Talvez eu deva parar
de me rebaixar tanto por algo
que eu nem quero tanto assim
e esperar até que a hora
que nunca chega
chegue.

Muitas coisas mudaram
desde então, mas parece que o
escritor dessa história é
só mais um chato.

Muitas coisas mudaram
desde então, mas parece que o
protagonista é muito para
um papel tão fácil.

A luz do corredor
está amarela e
alaranjada ao mesmo tempo e
com a chuva que cai lá fora
me lembro de dias
que até gosto de lembrar.

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