que não costumava andar,
mas, ele não sentia mais as
mesmas coisas de antes e
foi firme nas duas vezes
que lhe perguntaram
do relógio
- certo que ele
tinha muito azar com essas
coisas. -
Parou num lugar
que não gostava muito de ficar
e pegou o celular e
fingiu estar fazendo alguma coisa.
Sentaram-se de
frente pro mar,
mas, dessa parte
até queria, mas,
não vou falar.
Voltou pra casa
tomando um banho
de chuva fraca e
passou pela mesma pizzaria
que não tinha nome e
parou na frente da casa
do amigo que deveria estar indo
estudar, mas,
não ia mais.
A chuva caiu forte,
sem dó
dos garotos que
andavam sorrindo
pelo meio da rua.
O garoto deitou e
reclamou de uma dor
de cabeça bem forte,
mas, isso não foi
motivo pra deixar
de dirigir pela cidade.
Parou na casa
do amigo que ainda tinha de ir trabalhar
na manhã seguinte e
ficou por lá.
Seu telefone tocou e
ele ficou uma hora
ou mais dentro do
carro, ouvindo seus amigos
conversarem.
E o engraçado
é que o amigo
só notou a parte
que ele foi irônico,
mas, ele sorriu e
concordou.
depois disso
uns cigarros,
nada de mais e
ele fez os amigos darem
mais umas risadas,
pegou o carro
e foi pra outra cidade.
Fazia uns
dezesseis graus e
eles iam andando pelas ruas desertas
apenas pra sentir
a sensação de liberdade.
Pararam num mercado
vinte e quatro horas
compraram umas merdas e
saíram devendo ainda
uns trinta e sete centavos.
Na volta
ele criou coragem e
passou na antiga casa dele e
ficou uns cinco minutos e
meio
totalmente alto,
nostálgico, lembrando
do que tinha vivido
por aquelas ruas
íngremes,
enquanto seus dois
amigos brigavam
por lixos.
Na volta,
os amigos dele
mechendo com os travestis,
uns cem quilômetros por hora
e a ponte de madeira.
Chegou em casa e
estava muito cansado,
tomou uma gole d'água e
foi direto pro banho.
Demorou pelo menos uns
quinze minutos
e sentia prazer só
da água quente encostar nas
suas costas.
Estava exausto e
sentia dores em
todo lado esquerdo do
corpo, mas,
ainda parou pra
escrever uns versos
antes de dormir.
Ele escreveu algo como:
" - Esta parte,
toda esta parte da minha vida,
eu chamo de felicidade;
E eu já parei de contar
há muito tempo.
Quarenta e um mil quinhentos e vinte e oito vírgula quatro.
Boa noite esonhe comigo. " [...]